Jogos inesquecíveis - Cruzeiro 5 x 3 Botafogo (1995) - Cruzeiro Esporte Clube - Foto: Washington Alves/E.M.

Vira-vira da década*

O jogo Cruzeiro e Botafogo, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro de 1995, tinha tudo para ser apenas mais um entre as equipes. Com emoções, é claro, pois, afinal, ambas disputavam a ponta de cima da tabela. Mas poucos poderiam imaginar que aquela tarde de domingo se transformaria numa das partidas mais empolgantes da década azul.

Era 1o de outubro, tarde de muito sol no Mineirão. A torcida cruzeirense, animada com a campanha do time, marcou presença. Foram quase 35 mil pagantes, além das mais de seis mil crianças que entraram gratuitamente. Para a equipe mineira, em segundo lugar na competição, com 16 pontos, era a oportunidade de ultrapassar o líder Palmeiras, que tinha 18. Já para o Botafogo, a chance de encostar no grupo de cima, que, além do líder e vice-líder, tinha também os surpreendentes Bragantino e Paraná.

E se a força da torcida foi uma aliada, por outro lado, os desfalques preocuparam. Na defesa, além do goleiro Dida, que servia à Seleção Brasileira, não puderam atuar os zagueiros Rogério e Gélson. Willian Andem, Vanderci e Júnior foram os substitutos, respectivamente. No meio, a ausência foi do jovem Belletti, que deu lugar a Alberto.

A trinca de avançados que o treinador Ênio Andrade vinha escalando, no entanto, tinha plena condição de jogo. Marcelo Ramos, Paulinho Maclaren e Roberto Gaúcho eram a esperança do torcedor celeste. Mais do que isso, “a certeza de gols”, como garante o ídolo Nonato, lateral esquerdo do Cruzeiro nessa partida. “O trio estava afinado. Com tantos desfalques, sabíamos que a melhor defesa era o ataque.”, completa.