Sustos e algumas verdades sobre o time Celeste


Depois de mau futebol e alguns sustos, o banco resolveu de novo. O Cruzeiro já tem uma “cara”, basta Marcelo Oliveira abrir os olhos.

Ainda estou tentando entender o que aconteceu com o Cruzeiro no primeiro tempo da partida de ontem. E estou falando sério.

Ceará, ao invés de atuar como um “lateral de verdade”, fechou muito pelo meio. Ainda naquele setor, Éverton Ribeiro tentava os lances, mas toda hora a bola ficava no “pé ruim” – o direito. Por isto, na hora de fazer o último passe, tinha que driblar antes, dificultando as coisas.

Do outro lado do campo, Dagoberto ainda tentou alguns lances, assim como Diego Souza, mas os dois ainda estão longe de sua melhor forma física ideal, deixando Vinícius Araújo isolado no ataque. Éverton também teve atuação apenas regular.

Com todas essas dificuldades, Nílton ficou armando as jogadas – e isto jamais ia funcionar, porque ele é bom no desarme e na antecipação, mas não tem criatividade e, pra piorar, é muito afobado na hora de tentar seus chutes de longa distância.

Pra fechar o primeiro tempo do “show de horrores”, veio o lance do gol do Araxá. Fábio, “pra variar”, tentou sair com a bola, perdeu e o jogador adversário chutou de longe. Nirley tirou em cima da linha, e neste momento reparei que nosso goleiro, o “capitão do time” já estava apenas andando, “de costas”, totalmente displicente e sem tentar salvar o lance.

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E na sequência, no escanteio, “pra variar” Fábio não sai do gol, como ele sempre faz em bolas cruzadas na pequena área. Na saída para o intervalo, ainda deu para perceber este mesmo “capitão do time” sorrindo, alegre, como se nada tivesse acontecido – nem um pingo de arrependimento, ou de vergonha na cara, pelo gol sofrido em duas falhas seguidas.

Sei que alguns leitores vão me chamar de corneta, e respeito a opinião de todos, mas tenho meu posicionamento bastante definido. Fábio é um ótimo goleiro nos lances “cara a cara”, mas não é goleiro “de decisão”, aquele que “na hora do vamos ver” defende um escanteio, uma falta.

E, pelas suas atitudes após o lance do gol, está mais que provado que ele não tem moral nem comportamento dignos de um verdadeiro capitão. Me lembrei de vários momentos do passado, especialmente em 2012, quando ele não reconhece seus erros em falhas bisonhas.

Ainda bem que o Cruzeiro teve um intervalo para consertar algumas coisas, e os jogadores que vieram do banco de reservas para resolver a parada.

Primeiro, Élber, que no primeiro lance causou a expulsão do adversário, oferecendo melhores opções de jogada pela direita. Depois, Borges, que participou dos três gols – um chute perigoso que foi defendido, dando origem ao escanteio do gol de Paulão Caveirão. Na sequência, duas jogadas de Diego Souza, que se recuperou em campo, e dois gols de puro oportunismo.

Ainda teve tempo de Nirley cometer aquele pênalti infantil e irresponsável. Aliás, tirando o lance que ele tirou a bola em cima da linha, não jogou nada. Zagueiro baixo, fraco fisicamente, lento e que marca à distância – em vários lances os adversários estavam livres na área.

Fiquei com a impressão de que a contratação deste Nirley tem a mesma “importância” que a de Luan. A “vantagem” do atacante não é sua “qualidade” mas sim “empurrar para longe” Charles e Marcelo Oliveira. O zagueiro, por sua vez, representa a troca dos bondes Amaral, Gílson, Diego Renan e Fabinho.

Ainda estamos na liderança mas, passados cinco jogos oficiais disputados, já tenho algumas impressões deste time do Cruzeiro. Éverton Ribeiro rende mais jogando no meio ou caindo pela esquerda do campo – na direita, ele perde qualidade. Diego Souza precisa de ritmo de jogo e tem bola para ser titular, mas Ricardo Goulart não pode ficar fora do banco de reservas – ele pelo menos é melhor que Luan. O ”miolo de zaga” ainda precisa de qualidade, porque Paulão Caveirão está dando sustos na torcida e os dois substitutos imediatos foram mal. Na frente, se for para jogar com dois atacantes, o jogador de velocidade tem que estar em boa forma física – caso contrário, melhor continuar com três meias ofensivos.

Como disse, são apenas críticas construtivas, espero que Marcelo Oliveira esteja observando bem o time, para o bem do Cruzeiro.

Abraços a todos.

Foto: VipComm