Sofremos a dor de cada um dos nossos: força, Marcelo Oliveira!


Quando Marcelo Oliveira chegou, fui radicalmente contra. No futebol, a gente gosta de rótulos e na única chance que tinha tido em um time grande, o desorganizado Vasco de 2012, Marcelo não havia ido bem. Ter chegado duas vezes a final da Copa do Brasil com o Coritiba, as únicas da história do clube, não me convencia.

Marcelo chegou e junto dele jogadores que haviam o acompanhado em outras paragens. Everton Ribeiro, Dedé, Nilton. Construiu um time rapidamente. Ganhou um Brasileiro, ganhou outro. O respeito de muitos. Mas também lidou com a ignorância de outros tantos.

O seu profissionalismo sempre foi questionado em função do seu passado como jogador do Atlético Mineiro. Muitos sempre buscam em suas entrevistas eventuais insinuações de um coração alvinegro, dizem que não se mobiliza para clássicos e ignoram infinitas demonstrações de que Marcelera é um dos nossos.

Em 2015, Marcelo tem o desafio de remontar um time após o desmanche de uma equipe vitoriosa de um clube que não tem favores financeiros e renda extra da tv e de estatais. Está na briga por uma vaga na semi da Libertadores. E um dia antes da batalha, tem o peito sangrando pela perda da mãe nesta madrugada.

Mesmo assim, antes de ir ao velório, Marcelo foi ao Mineirão realizar o último treino antes da decisão com o River. Fez seu trabalho e deixou o estádio no momento do rachão, onde os atletas se descontraem, para se despedir de sua mãe.

Marcelo mostrou, da forma mais dura possível, o comprometimento que tem com as nossas lutas e o nosso sonho. Já havia demonstrado, com todo profissionalismo que lhe é característico, inúmeras vezes. Esteve conosco na Rádio Guerreiro dos Gramados, está com o torcedor onde é encontrado e estará amanhã, com o peito aberto, entre nós. Mais uma vez e para mais uma batalha.

Ao querido Marcelo, meu abraço, minha dor, solidariedade e reconhecimento.

 

Por: João Henrique Castro