04 jul Deixemos os pés no chão…
Muito bom dia, caros torcedores do Cruzeiro.
Mais uma semana que começa amarga por um mau resultado no jogo de ontem. Quem diria, tomamos um sufoco danado do Marinho. Apesar do empate com gosto de derrota, o calendário segue e já teremos jogo importante da Copa do Brasil na quarta feira, contra o mesmo Vitória, em Salvador. Aos que acompanham diariamente nossas colunas no site e nossos programas na Rádio GDG, já deve estar mais do que claro a postura cautelosa com relação à equipe do Cruzeiro. Felizmente as pessoas pensam e reagem de forma diferente, e o mesmo parece ocorrer entre a minha opinião e a da maioria dos torcedores.
Desde que o Cruzeiro venceu o Palmeiras, eu tenho notado uma postura diferente da torcida, que adotara um discurso de G-4 e, alguns mais ousados, de título. Elogios foram feitos ao elenco cruzeirense, que passou de péssimo a um grupo de qualidade, que cresceria bastante com as chegadas de Ábila e Rafael Sóbis. Vale ressaltar também que Paulo Bento foi aplaudido por ter dado equilíbrio e atitude ao time. Tudo parecia lindo e perfeito, até que o time volta a tropeçar fora de casa e dentro do Mineirão.
Bom, antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer minha opinião sobre o atacante Willian. Quem o acha lindo, sedutor e charmoso, que vá gritar por ele em um desfile de moda. Eu já me manifestei diversas vezes por redes sociais e textos no site, dizendo que Willian não passa de um jogador razoável para atuar como um velocista em um time encaixado. A temporada desastrosa do camisa 9 parece ter sido esquecida no sábado, quando o “do bigode” fez os dois gols da vitória em cima do líder Palmeiras. Ok, muito bacana ele voltar a marcar, mas sejamos racionais. Embora o péssimo desempenho em campo seja suficiente para uma crítica, o nosso colega de equipe Emerson levantou os números do queridinho da torcida, no texto “Futebol não é 8 ou 80”, publicado no último sábado (24) de junho.
Caso tenham entendido errado, não estou colocando a culpa de derrotas na conta do Willian. Apenas questiono o torcedor que, há uma semana glorificava o time e hoje esculacha, inclusive pedindo a cabeça do nosso bom treinador Paulo Bento. “Ah, mas ele errou na escalação e nas substituições, colocando Lucas, Bryan e Bruno Ramires em campo.” Sim, talvez ele tenha se equivocado mesmo, mas por isso ele não presta? Quarta feira da semana passada, o Cruzeiro abriu o placar e sentou na vantagem de 1 a 0. Após sofrer a virada, o time chegou ao empate, mas tomou o terceiro gol cinco minutos depois. Ontem, o time estava com 2 a 0 no placar, com um jogador a mais e mesmo assim conseguiu a façanha de tomar o empate. Aí eu te pergunto: a culpa é SÓ do Paulo Bento? Demiti-lo iria colocar o Cruzeiro nos trilhos e garantir um título ou ao menos um G-4? Futebol é emoção pura, mas sejamos racionais para analisar o trabalho que vem sendo feito no Cruzeiro.
Não vou me cansar de repetir que sou um desses ranzinzas, que se recusa a apontar melhoras efetivas em uma equipe analisando apenas duas vitórias. Novamente, digo que NENHUMA equipe do futebol brasileiro consegue sair impune após um primeiro semestre tão desastroso. O Cruzeiro é um time em formação, que está sendo arrumado e reforçado no meio do campeonato, é óbvio que vamos oscilar.
Por fim, reflitam bastante sobre o ano do Cruzeiro e tenham muita paciência e coerência para analisar resultados. Por enquanto, nossa luta é pela permanência na Série A do Brasileirão, e sem sustos. Deixo esta análise aqui, prometendo fazer outra apenas daqui uns dois meses. Grande abraço e boa semana a todos.
Foto: Pedro Vilela / Light Press
Por: Paulo Pianetti