14 jan Quem vai ficar com a vaga deixada por Ricardo Goulart?

Sacramentada a negociação que levou o nosso meia-atacante Ricardo Goulart para o Guangzhou Evergrande, da China, acho prudente fazermos uma breve avaliação do período do jogador na Toca. Se nunca foi um craque (e nem será), Goulart é dotado de uma capacidade tática inspiradora. Sabe jogar pro time e se movimenta de uma forma inteligente. Essa inteligência falta muito na hora de finalizar, mas sua presença fará falta ao time celeste, que desde a última temporada, carece por boa reposição no setor.

O Cruzeiro não tem tantos meias quanto acreditávamos até o ano passado. Hoje, nosso elenco está repleto de jogadores de lado, atacantes de fato e que sabem recompor. Mas jogador para botar a bola no chão, armar o time e fazer o jogo fluir, só temos Everton Ribeiro. Goulart não tinha essa característica, mas aliava um posicionamento e uma presença de área realmente incomuns para um meia. E surpreendentemente, não rendia quando jogava como atacante.

Julio Baptista poderia ser esse substituto, mas parece que a morosidade de ser alguém que jogou Copa do Mundo chegou nele e parou. A pouca dedicação já ultrapassou a muito tempo a qualidade técnica que nosso camisa 10 possui. Quem não se irrita com um cara desse tamanho caindo quando sofre o mínimo contato? Fisiculturismo não ajuda muito para jogadores de futebol, é necessário saber usar o corpo para tirar vantagem no nosso esporte. Provavelmente, herdará a condição de titular e isso me preocupa. Não me agrada muito, mas é o mais tarimbado e credenciado a jogar entre os 11 na Libertadores.

Alisson é outro postulante, assim como podemos incluir outro ponta como Marquinhos e usar Éverton centralizado. Mas me parece claro que precisamos de uma alternativa, mesmo que não seja um titular. Guilherme, revelado no Cruzeiro e que atualmente se encontra em fim de contrato com o outro lado da lagoa, me agrada. Tecnicamente, é um jogador que não dispomos. Mas tem problemas físicos recorrentes, então seria uma grande aposta. Pela história que construiu do lado de cá e o fato de jamais ter marcado contra o Cruzeiro, eu realmente faria um esforço nessa contratação. Mas entendo quem se opõe a ela.

Querendo ou não, do time montado em 2013 por Marcelo Oliveira, perdemos uma série de jogadores. Paulão, Egídio, Nilton, Leandro Guerreiro, Diego Souza, Dagoberto e Anselmo Ramon (esses últimos, ainda em negociação), não fazem mais parte do elenco. O que resta de bom é saber que Ricardo Goulart era apenas uma opção, teve chance e se firmou. O mesmo pode acontecer com Alisson, Judivan, Neílton, Marquinhos e outros. Quem acreditar, se dedicar e conseguir render agora, ganha essa vaga no time. A sorte está lançada e que vençamos todos nós.

Por: Emerson Araujo