Quem será o “dono” da camisa 10?


O Cruzeiro adota a numeração fixa e a camisa 10 em 2016 será usada pelo uruguaio De Arrascaeta. No entanto, me parece relevante o fato de que a maior dúvida no time titular do Cruzeiro hoje é: quem será, verdadeiramente, o camisa 10?

Ignorem as polêmicas sobre esquema tático que tem tomado conta das discussões sobre o trabalho (que mal começou) de Deivid. Se é 4-2-3-1, 4-3-2-1, 4-3-3 ou o que seja. Em meio a estes números, existem jogadores com funções específicas e a principal dúvida é: quem será, verdadeiramente, o camisa 10?

Em 2015, os problemas na armação e na criação de jogadas foram persistentes. Willian, com 10 assistências, foi o principal passador da temporada. Hoje joga com a 9. Marquinhos, com 9 assistências,  e que já não está mais no clube, foi o segundo colocado. Alisson, com 6, vinha na sequência, empatado com Leandro Damião.

De Arrascaeta, o 10 da vez, fez 5. É verdade que, com três treinadores diferentes ao longo do ano, nenhum deles foi titular por toda a temporada. Mas os números são baixos e mostram que o Cruzeiro inicia 2016 sem saber quem será o organizador do time e o criador das principais jogadas de gol.

Não é fortuito que De Arrascaeta, Gabriel Xavier e Marcos Vinícius, três dos candidatos, já tenham experimentado a sensação do banco. E que Alisson, autor de um dos gols na vitória desta quarta contra a Tombense, tenha sido substituído nas duas partidas anteriores. Desde o ano passado todos esses jogadores, que têm muito potencial, têm tido dificuldades de assumir definitivamente a titularidade e, principalmente, o protagonismo na criação de jogadas.

No meio dos testes, os quatro frequentemente são testados nas mais diversas funções. Centralizados, pelo lado direito, pelo lado esquerdo. E embora muitos cravem onde cada um deles pode render mais, o fato é que nenhum deles se afirma, em uma sequência de jogos, como o “dono” da camisa 10.

Pisano, Bruno Nazário, Élber e Alex Apolinário, por sua vez, aguardam oportunidades para tentar assumir a criação de jogadas. Na noite de ontem, porém, Marcos Vinícius saiu do banco para criar as duas jogadas dos gols da virada sobre a Tombense. Hoje, após 3 rodadas, é quem está na frente.

Desde a saída de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, no entanto, o Cruzeiro segue em busca de um criador de jogadas regular. Parte da torcida, e eu me incluo nesta, gostaria de alguém experiente na função. Alguém como Nenê, Thiago Neves, Diego, Cícero… Jogadores caros e valorizados, justamente porque são raros.

O Cruzeiro, pelo visto, não buscará este jogador e a missão está com os garotos. Marcos Vinícius é a bola da vez. Que, enfim, alguém se firme na função e que tenhamos um real dono da camisa 10.

Por: João Henrique Castro