Quem foi o MELHOR de 2012?


Num ano de poucas alegrias, é bem difícil fazer uma lista com os melhores. Quem teve destaque no Cruzeiro este ano?

Amigos leitores, desde que comecei minhas atividades como colunista do Guerreiro dos Gramados, tive a iniciativa de escolher, ao final do ano, os melhores da temporada.

Em 2009 e 2010 nosso time esteve em grande destaque, seja no Brasileirão, seja na Libertadores. Foram duas temporadas com equipes organizadas em campo, que não ganharam os títulos tão importantes por detalhes, maus resultados diante de equipes em pior situação na tabela, e também por derrotas em jogos nos quais a vitória esteve em nossas mãos.

2011 foi um ano de início arrasador, passando para a crise e a preocupação extrema, que foi parcialmente compensada pelo humilhante massacre dos 6×1 – “parcialmente”, porque para a torcida do Cruzeiro, o que importa mesmo é disputar e vencer campeonatos.

E a temporada de 2012? Por acaso é possível encontrar destaques positivos num ano em que o Cruzeiro contratou um monte de jogadores sem qualidade técnica, a maioria sendo dispensada ou não sendo aproveitada? E os técnicos, sem a menor competência para armar uma equipe, no mínimo, competitiva?

Até mesmo os poucos “destaques positivos” foram afetados por estes dois anos de pura incompetência na arte de comandar um time grande de futebol. Todos os meus indicados de “melhor do ano” têm uma boa “ressalva” na descrição de cada um.

Escrevendo esta coluna, dava até para fazer um “jogo de palavras”. Por exemplo, se falo que “fulano estava mal, mas depois se recuperou”, a ordem do texto indica que, APESAR DOS PROBLEMAS, ELE MELHOROU. Depois de ler, o texto fica “realista, mas positivo”.

Por outro lado, se escrevo na ordem contrária, dizendo que “fulano tem qualidades, mas cometeu seu erros” estou DESTACANDO O LADO BOM, MAS COM UMA RESSALVA QUE REDUZ SEU VALOR. Depois de ler, o texto fica “realista, mas puxando para o negativo”.

Vida difícil a de colunista…depois tem gente que acha fácil.

Vou fazer o seguinte – o ano de 2012 já teve muita coisa ruim, então vou usar o “primeiro jogo de palavras”, não vou esquecer os problemas de cada um, mas depois tento “deixar um ar de que as coisas podem melhorar”.

Quanto aos meus “escolhidos”, já sei que alguns leitores não vão gostar de um ou outro nome, mas tentem ver as explicações.

Vamos aos (poucos) destaques:

1)    Fábio: teve momentos terríveis na temporada, sendo responsável direto por, pelo menos, três resultados negativos do Cruzeiro em partidas onde estivemos na frente do placar, mas perdemos ou empatamos após suas falhas. Mesmo assim, ao longo da temporada, fez várias defesas consideradas difíceis e importantes, incluindo pênaltis, terminando o ano em boa fase.

2)    Montillo: de longe, sua temporada de menor destaque com a camisa do Cruzeiro, tanto em termos de gols quanto de produtividade em campo. Antes, seu incontestável talento era acompanhado de regularidade. Este ano, os maus momentos vieram em maior número. Mesmo assim, ainda é a maior esperança da torcida, que tem uma certeza – em um time bem treinado, ele vai voltar a jogar bem e ser decisivo.

3)    Éverton: para começo de conversa, no meu time, ele não seria lateral, mas sim meia armador, posição na qual estava jogando antes da contratação de Montillo. Exatamente por estar sempre improvisado, foi mal na marcação em vários lances e criticado com justiça. Depois, cresceu de produção e foi nosso melhor “lateral esquerdo”, tendo bom destaque ofensivo em vários jogos.

4)    Leandro Guerreiro: não apenas pelo caráter e pela postura dentro e fora de campo, foi o melhor jogador no setor em termos defensivos, tanto é que foi deslocado para a zaga, tendo boas atuações mesmo sendo improvisado. Falhou em alguns lances, pois não é zagueiro de origem, mas isto não tira seu valor nesta temporada.

5)    Élber e Lucas Silva (menção honrosa): dois exemplos de que as categorias de base jamais podem ser esquecidas. Tudo bem, nem sempre nasce um craque incontestável, nem posso garantir que os dois vão “vingar”, mas com certeza tiveram um desempenho muito melhor que vários de seus “concorrentes de posição”, aquele bando de medalhões que só sabem gastar dinheiro.

Em todos os anos anteriores a minha “escolha pessoal” acabou sendo derrotada pela “voz da torcida”, porque sempre tenho uma tendência de valorizar muito mais quem não está “nos holofotes” e mesmo assim faz seu trabalho com coerência, qualidade e respeito à camisa.

A minha primeira ideia seria escolher Leandro Guerreiro, pelo bom trabalho e pela sua hombridade, que, para mim, significam grande respeito à instituição Cruzeiro Esporte Clube (mas concordo que Fábio, Montillo e outros também respeitam, cada um do seu jeito).

Entretanto, vou repetir o estilo da coluna – “deixar um ar de que as coisas podem melhorar”. Tenho esperança de que o novo técnico pode montar um time competitivo, vencedor, de toque de bola e com qualidade. Vamos finalmente estar de volta ao Mineirão, verdadeira casa do Cruzeiro e palco das grandes conquistas de Minas Gerais.

Por isto, voto no talento maior de Montillo, aquele que pode recolocar o Cruzeiro em seu lugar de direito, na disputa dos títulos .

Abraços a todos.