Piazza: o super-capitão do esquadrão celeste


O capitão do maior time da história do Cruzeiro foi comprado ao Renascença em 1964. Com a contusão do titular da época, Hílton Chaves, no início do estadual daquele ano concedeu ao recém contratado volante uma chance de se firmar como titular.

Nome: Wilson da Silva Piazza
Gols pelo Cruzeiro: 39 gols em 556 jogos
Nascimento: 25/02/1943, em Ribeirão das Neves (MG)
Posição: Volante
Quando jogou pelo Cruzeiro: 13 anos (1964-1977)
Títulos pelo clube: Taça Libertadores da América em 1976; Taça Brasil em 1966; Campeonato Mineiro em 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977
Outros clubes pelos quais atuou: Renascença

Sua função para o time era primordial: era graças a ele que Tostão e Dirceu Lopes tinham liberdade para avançar. Piazza desarmava com extrema facilidade e foi implacável na marcação de Pelé nos clássicos entre as duas maiores equipes do Brasil durante a década de 60. Finalizava muito bem e por isso fez tantos gols, considerando a média de um volante.

Jogou pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, atuando como zagueiro titular e na Copa de 1974, na Alemanha, quando a Seleção Canarinho chegou em quarto lugar.
Graças a seu grande espírito de liderança, o craque foi o capitão daquele timaço, entre os anos de 1966 e 1976. Foram duas eras lideradas por ele, a de Tostão e a de Joãozinho, um recorde para o clube. Outra marca de Piazza é a de maior vencedor do estadual mineiro de todos os tempos: foram nada menos que 10 canecos levantados!

Piazza nasceu em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital e se mudou para Belo Horizonte para realizar seu maior sonho: ser um jogador de futebol. Jogou nas categorias de base do já extinto Renascença até 1963, quando foi adquirido pela Raposa em 1967 já atuava pela Seleção Brasileira.

O início da carreira foi muito difícil para Wilson, pois ele tinha que conciliar seus treinos com o trabalho que possuía fora dos gramados, trabalhando como caixa do Banco Mercantil.

Em 1972, quando ainda jogava, foi eleito vereador pelo antão MDB, onde ficou por seis anos. Em 1978 não conseguiu se reeleger e abandonou a carreira política. Piazza também secretário municipal de Esportes e presidente da Administração dos Estádios de Minas Gerais (Ademg).

O jogador sempre foi considerado um grande líder em campo e também fora dele. Um dos casos mais famosos envolvendo essa sua forte personalidade foi um boicote da Seleção em 1973, quando os jogadores, em uma excursão à Europa, implantaram uma lei do silêncio em repúdio as recentes fofocas dadas como fatos verídicos pela imprensa marrom, com o objetivo exclusivo de vender manchetes, sem se preocupar com a vida dos próprios esportistas. “Os jornalistas queriam insinuar coisas que não aconteciam. Aí os jogadores resolveram não falar mais com a imprensa, e eu como capitão fui o líder do manifesto”, revelou ao site pele.net.

Atualmente Piazza coordena a Federação das Associações dos Atletas Profissionais (Faap), que coordena as atividades de cada Associação de Garantia ao Atleta Profissional (Agaps). Essa entidade se faz presente nove estados do Brasil mais o Distrito Federal, tem como principal objetivo auxiliar ao jogador de futebol após sua aposentadoria, visando à educação do mesmo, para que prossiga em sua carreira. A assistência prestada pela fundação é feita por meio de cursos de preparação e profissionalizantes, além da concessão de bolsas de estudos. O trabalho não é remunerado e, infelizmente, parece deixado de lado pelo Governo, pois carece de investimentos. “O governo está omisso. Na lei Pelé tem um artigo que fala que eles têm de ajudar às associações, mas na verdade eles não ajudam em nada”, reclamou o ex-capitão celeste ao site pele.net.

Piazza também é dono de dois postos de gasolina e trabalha no ramo de imóveis, alugando salas e lojas, que lhe dão uma situação financeira tranquila.

O jogador é defensor ferrenho do antigo futebol, quando o atleta atuava pelo prazer e amor ao clube e não apenas pelo dinheiro que, para ele, hoje fala muito mais alto.