Pelo impeachment de Gilvan


Não sou de ficar triste por conta de futebol, procuro me divertir por meio do esporte, sem ficar lamentando o que deu errado. Aceito as derrotas, entendo as adversidades e comemoro intensamente as vitórias. Felizmente, me tornei cruzeirense, o que me ajudou bastante a praticamente eliminar a palavra ”sofrimento” da minha vida como torcedor. Só que, hoje, dia 02 de junho, data que deveria ficar marcada pela renúncia do Presidente da Fifa, o Gilvan agiu como um atleticano fanático infiltrado no Cruzeiro.

Ele demitiu um dos maiores profissionais da história do Cruzeiro, um treinador que eu queria que ficasse por aqui mais alguns anos. Um homem íntegro, trabalhador, sério, comprometido, competente e que tem a grandeza de nosso clube. Quem acompanha futebol de perto e teve a chance de conhecer muitas pessoas que envolvem os bastidores do esporte sabe que Marcelo tem um perfil único. Não se envolve com coisas erradas e procura ser recompensando com as vitórias com muito trabalho e suor. Não vive em busca de atalhos fáceis, não vive de marketing, nem tem relações obscuras com empresários.

Em 169 jogos, 105 vitórias e apenas 32 derrotas. Dois títulos brasileiros conquistados com sobra e com um futebol vistoso. Uma final de Copa do Brasil. Um Campeonato Mineiro. Levou o Cruzeiro por duas vezes consecutivas às quartas de final da Libertadores. Fez um baita trabalho, honrou a camisa que vestia.

Daí, quando todas as estrelas que Marcelo ajudou a consagrar vão embora, vendidas por cifras milionárias, Gilvan decide trabalhar sozinho. Primeiro, o Presidente do Cruzeiro esnoba a saída de um grande profissional, o Alexandre Mattos. Depois, ele mesmo vai às compras. Trouxe Riascos, Saymour, Joel, entre outras promessas achando que uma mágica iria ocorrer. Trouxe o ”artilheiro” Henrique Dourado sem nem falar com o treinador.

Então, começamos a lembrar quem era o Gilvan antes do Marcelo e do Mattos. Era um presidente que trazia Diego Árias como a estrela do time. Sem Mattos, trouxe Riascos. Sem o Marcelo, eu não tenho nem perspectiva. Gilvan foi burro e corre um imenso risco de jogar fora tudo que plantou ao longo dos últimos dois anos. Os 70 mil sócios podem parar de comprar essa ideia e podemos voltar à estaca zero.

Luxemburgo, além de não ter a mesma humildade e competência de Marcelo, é um treinador que não foi bem em nenhum lugar, desde 2004. Está ultrapassado, assim como Felipão, que tomou sete da Alemanha. Depois da contratação de Riascos e da demissão do Marcelo, eu voto pelo impeachment do Gilvan, antes que seja tarde demais. E torço para que o Marcelo volte um dia, por gratidão, a sua história aqui não devia terminar assim!

Por: Thalvanes Guimarães