Para reestruturar é preciso ideias novas


Na última quinta-feira o Cruzeiro foi derrotado pela primeira vez no ano, no entanto, as falhas individuais e coletivas não são novidades na Raposa. Com linhas, principalmente defensivas, extremamente espaçadas e mal articuladas, o time de Adílson Batista peca no quesito técnico que já era esperado; mas comete falhas, principalmente, quando diz respeito a parte tática.

No início do ano, o discurso feito pelo treinador era de montar um time mais intenso e vertical em relação ao ano passado (o que não era muito difícil), e de fato, no primeiros jogos ao menos uma mudança de postura era notória nos garotos. Mas, a expectativa de evolução e crescimento tático e técnico foi por água abaixo. Hoje, a equipe treinada por Adílson Batista se vê estática em relação a quaisquer tipos de evoluções e sem perspectiva para mudança.

Até o jogo contra a Tombense, o treinador Cruzeirense conseguia mascarar suas falhas de treinamento com atuações individuais, principalmente do garoto Maurício, que tem levado o Cruzeiro nas costas neste primeiro momento da temporada. Entretanto, contar sempre com um chute de fora da área ou um gol aos 48 do segundo tempo não deveria ser opção para nenhum treinador profissional.

Para reconstruir é preciso ideologias novas

Desde o início do ano o lema na Toca da Raposa é de reconstrução, nada mais justo num momento como esse. Mas uma das partes primordiais dessa reconstrução foi deixado de lado. Por mais que o Adílson Batista tenha grande identificação com o clube e tente ao máximo motivar os jogadores, de nada mais ele pode acrescentar. Com ideias um tanto quanto ultrapassadas de treinamento e consecutivos erros individuais em escolhas de jogadores em determinados momentos da partida; o atual treinador cruzeirense é um dos responsáveis pelas seguidas má atuações.

Essa afirmação se autoafirma em todas as partidas do clube no fraco Campeonato Mineiro. A equipe mal treinada paga o preço em falhas de posicionamento e falhas individuais na zaga, e falhas táticas na hora de montar jogadas ofensivas. Ou seja, a zaga falha constantemente e o ataque não constrói jogadas e isso ficou claro na última partida ao tomar gols de bola parada com direito a falha dos defensores e um ataque que conseguiu apenas dois chutes ao gol.

É fato, vontade aos garotos não falta, mas de nada adianta ter vontade se em campo a desorganização supera a vontade de vencer. Não é hora para cobrar desses jovens que tem um peso enorme nas costas, mas já está na hora de cobrar as pessoas que colocam os garotos em campo. Adílson Batista, por mais identificado que seja com o clube; teve apenas um bom trabalho em toda a sua carreira, e isso diz por si só.

O mercado de treinadores no Brasil está cada vez mais difícil de se achar bons nomes; mas já passou da hora de garimpar o terreno em busca de nomes que tenham ideologias mais refinadas e não se apegue apenas ao emocional e a esperança de reviver seu único bom trabalho na carreira.