Ou vendemos craques, ou ficaremos como os outros


Não sou a favor da venda de craques como Ramires, mas se não vendermos nossos melhores jogadores, corremos o risco de ficar como a maioria dos times do país.
 
A venda de Ramires provavelmente será concretizada hoje. Do ponto de vista técnico é uma perda irreparável, trata-se de um talento raro, um volante de marcação que faz gols, com velocidade, raça e resistência (apanha muito e nunca ficou no departamento médico). Acompanho o Cruzeiro desde 1991 e não me lembro de ter visto um jogador como ele na sua posição.
 
Muitos vão dizer “estamos vendendo por pouco”, “estamos jogando no lixo nossas chances de ser campeões de títulos importantes” mas INFELIZMENTE, esta é a REALIDADE DO FUTEBOL BRASILEIRO E MUNDIAL – eles pagam pouco para nós e cobram muito para vender entre eles. Vejam o caso do Luizão, nosso ex-zagueiro. O único “volante” vendido por valor mais alto que o Ramires foi o Lucas, do Grêmio, hoje no Liverpool, saiu por 10 milhões. Outros, como Dudu Cearense, Jadson, Fernandinho, Ibson, o próprio Charles…todos vendidos por menos.
 
Sem bons jogadores como Ramires, Alex, Deivid, Fred, Marcelo Moreno (apenas para citar os recém vendidos) sei que estamos mais longe de títulos como Brasileiro, Libertadores e Mundial Interclubes. Não estou aqui para defender os Perrellas, sinto falta de 2003, ano em que nossos dirigentes admitiram que “ficaram no vermelho para montar um time campeão”. Mas não se esqueçam – mesmo com um elenco mais enxuto, com menos “bondes” que no ano passado, a folha salarial é alta, temos um atacante de nível europeu (Kléber) e desde o início do ano estamos sem patrocinador.
 
Se não prestarmos atenção no caixa do clube, corremos o risco de ficarmos como a maioria dos clubes do Brasil – atolados em dívidas, vivendo do passado, brigando para ficar na Sulamericana, caindo para a segunda divisão, ou dependendo da boa vontade de um grupo de investidores para contratar bons jogadores. Não quero isto para meu grande Cruzeiro Esporte Clube.