Os meninos do Cruzeiro


Desde que o Cruzeiro de Guilherme ganhou a Copa São Paulo de Futebol Junior, eu tento acompanhar mais de perto as categorias de base do Cruzeiro.

Nos últimos tempos, não foi muito comum ver os meninos em campo pelo profissional e muitos torcedores chegaram a reclamar da falta da valorização dos chamados “prata da casa”. Guilherme foi um dos mais bem sucedidos desses últimos tempos. Depois da participação brilhante na Copinha, o jovem jogador conquistou aos poucos seu lugar no time profissional. Era a “arma do segundo tempo”, entrava e marcava o dele. Depois, Guilherme ganhou a titularidade e enfrentou altos e baixos até sua saída, já em 2009.

Nessa mesma época, tínhamos Kerlon. Eterna promessa pelo Cruzeiro, muitos acreditavam que Kerlon iria chegar longe. Habilidoso ele era (ou é). Sem contar o drible da “foquinha” que o deixou famoso e causou raiva em muitos adversários (Quem é que não se lembra do clássico contra o “rival” Atlético-MG em que, após executar o drible da foquinha, Kerlon foi agredido por Coelho, levando as duas torcidas ao delírio?). Acontece que as contusões e até mesmo certa falta de compromisso por parte do jogador fizeram a estrela de Kerlon se apagar.

Bernardo, Dudu, Diego e Rafael - Foto: VipCommGuilherme e Kerlon foram apenas dois exemplos de jogadores que vieram da base celeste. Hoje, temos outros quatro nomes que gostaria de dar destaque. O primeiro é Bernardo. Apesar de não ter rendido o tanto que a China Azul esperava, Bernardo conseguiu agradar na maioria de suas apresentações. Ainda no meio-campo, o garoto Dudu. Esse sim ganhou respeito da torcida celeste. Com 17 anos, Dudu mostrou um futebol de gente grande e, apesar de ainda precisar se aperfeiçoar e amadurecer seu estilo de jogo é o tipo de jogador tem tudo para se destacar no mundo da bola. Os outros dois nomes, talvez estejam tendo um maior destaque no time atualmente: o goleiro Rafael e o lateral Diego Renan.

Rafael passou quase despercebido pelo time profissional. Apesar de ter sido relacionado para o banco algumas vezes, ainda não jogou (exceto pelo amistoso contra o América-MG em 2008). O destaque para o jogador vai por suas convocações para a Seleção Sub-20. Nessa segunda (31), o jogador foi chamado pelo técnico Rogério Lourenço para disputar o Mundial sub-20. Rafael é um exemplo da qualidade da categoria de base celeste.

Já Diego Renan teve boas participações pelo time profissional. Ainda quando Gerson Magrão compunha o elenco celeste, o jovem lateral já havia mostrado sua superioridade e, na opinião de muitos torcedores, merecia já naquela época a vaga de titular. Diego é habilidoso, tem boa técnica e mostrou que está preparado para atuar no profissional. Com o tempo, os jogos foram e ainda lhe trarão mais maturidade. Comparando com os jogadores que assumiram a posição nos últimos tempos, Diego Renan resolveu o problema da lateral esquerda. Apesar de não ser o dono da posição, Diego já atuou como titular ou entrou no decorrer da partida e, em quase todas, agradou o torcedor celeste.

Muito se escuta sobre a boa estrutura das categorias de base do Time da Toca. Esses e outros “pratas da casa” estão fazendo com que os elogios se estendam também ao futebol cruzeirense.

* Hoje, Guilherme é jogador do CSKA, da Rússia. Kerlon é jogador da Internazionale de Milão, mas foi recentemente emprestado ao Ajax.

Larissa Reis tem 19 anos e é estudante de Jornalismo. Apaixonada por futebol, sempre acompanha os times brasileiros, mas apenas um faz o coração pulsar mais forte: Cruzeiro Esporte Clube. Lari está no GDG para trazer uma visão peculiar dos assuntos relacionados ao Cruzeiro. Natural de Belo Horizonte, conhece o Mineirão desde criancinha. O local tornou-se tão agradável e as visitas tão freqüentes que Lari resolveu chamar de “segunda casa”.