Os Dez Jogos do Ano: 4º: São Paulo 0 X 2 Cruzeiro (Quartas de Final da Libertadores – Jogo de Volta)


Salve nação celeste! O assunto hoje mais uma vez é Libertadores. O 4º colocado na nossa lista foi um jogo no qual o Cruzeiro superou qualquer desconfiança e se firmou de vez na briga pelo título da Libertadores, pois até aquele instante boa parte da imprensa apontava que o clube não tinha enfrentado nenhum adversário de peso.  Nada melhor então do que eliminar um tricampeão da competição para ganhar moral, ainda mais atuando na casa do adversário.  

São Paulo 0 X 2 Cruzeiro (Na base da raça, silenciando o Morumbi)

Cruzeiro e São Paulo se encontraram nas quartas-de-final da Libertadores e para muitos a partida se tratava de uma final antecipada. Por outro lado, boa parte da imprensa subestimava a equipe celeste, apontando que o time tinha dificuldades contra o São Paulo nos últimos anos e tinha conseguido um resultado perigoso no primeiro jogo, pois a vitória de 2 a 1 poderia ser revertida pelo São Paulo apenas com 1 gol na segunda partida.

O clima de confiança dos são-paulinos era tanto que antes da partida começar a torcida se preocupava em exaltar os personagens históricos do time como Telê Santana e Rogério Ceni, que estava de fora por lesão, buscando resgatar a mística do Tricolor na Libertadores. Em meio aos cantos pelos heróis, a torcida criava um verdadeiro clima de caldeirão que desde o apito inicial incentivou os jogadores tricolores a criarem uma intensa pressão sobre o Cruzeiro.

O time celeste, no entanto, se segurava e arriscava nos contra-ataques tendo inclusive as melhores chances de gol. O São Paulo, por sua vez, jogava de forma tensa e errava muitos passes, favorecendo as investidas azuis. Já aos 32 minutos do primeiro tempo era possível perceber a impaciência da torcida são-paulina pedindo a entrada de Dagoberto no lugar de Eduardo Costa que acaba de levar um cartão amarelo.

O São Paulo buscava manter a pressão, mas os contra-ataques cruzeirenses eram os principais perigos da partida. Em um deles, já aos 37 minutos da primeira etapa, Eduardo Costa acertou Jonathan e foi expulso facilitando a missão do Cruzeiro que levaria a partida empatada para o intervalo e ainda ficaria com um jogador a mais.

Na segunda etapa o técnico Muricy Ramalho resolveu atender a torcida e voltou com Dagoberto no lugar de Washington além de Hernanes no lugar de Júnior César. A tentativa do Tricolor era de esboçar uma nova pressão colocando sangue novo e abrir o placar para depois se fechar atrás. Todavia, a defesa do Cruzeiro seguiria impecável, mesmo com as alterações são-paulinas. Arriscando pouco, o Cruzeiro chegava raras vezes ao gol do São Paulo, mas sempre com perigo até que aos 21 minutos Henrique acertou um petardo de fora da área indefensável para o goleiro Dênis e colocou o Cruzeiro na frente do marcador.

A partir do gol, Adílson resolveu começar as alterações buscando reforçar a defesa e tirar de campo aqueles que não estavam em plenas condições físicas. O primeiro a sair foi Wágner, que voltava de lesão, para a entrada de Jancarlos. Em seguida, Jonathan se machucou e foi substituído por Thiago Heleno. O Cruzeiro mantinha a posse de bola e o São Paulo arriscava pela última vez colocando André Lima no lugar de Zé Luís.

De nada adiantaria a ousadia da substituição. Aos 35 minutos Bernardo chutou e André Dias tirou com a mão. Pênalti e nova expulsão no São Paulo. Na cobrança, Kléber bateu no alto e fez 2 a 0 para o Cruzeiro sacramentando a classificação. Nos minutos finais, o Cruzeiro se preocupou em não perder a posse de bola e o São Paulo se enervava ainda mais. Renato Silva fez falta feia em Kléber aos 39 minutos, mas o árbitro fez vista grossa. Enquanto isso, vaias eram entoadas nas arquibancadas enquanto o Cruzeiro confirmava de vez a sua vaga na semi-final.

Ficha técnica São Paulo 0X2 Cruzeiro

Motivo:  Quartas-de-Final da Libertadores – Jogo de Volta

Árbitro: Sergio Pezzota (ARG)

Cruzeiro: Fábio; Jonathan (Thiago Heleno),  Leonardo Silva, Léo Fortunato e Gérson Magrão; Elicarlos (Bernardo), Henrique, Marquinhos Paraná e Wagner (Jancarlos); Kléber e Wellington Paulista. Técnico: Adílson Batista

São Paulo: Denis; André Dias, Renato Silva e Richarlyson; Zé Luís (André Lima), Eduardo Costa, Jean, Marlos e Júnior César (Hernanes); Borges e Washington (Dagoberto). Técnico: Muricy Ramalho.

Gols: Henrique aos 21 minutos e Kléber aos 36 do segundo tempo.

Razões para se lembrar desta partida:

1º) Eliminar o atual tricampeão nacional em pleno campo adversário com a imprensa desacreditando na equipe e derrubar o técnico rival em seguida. Precisa de explicar mais alguma coisa?

2º) A solidez defensiva do Cruzeiro. O time sobre segurar o ímpeto são-paulino e arriscar nos contra-ataques achando assim o caminho da vitória.

3º) O gol de Henrique. Se não o mais bonito, um dos mais bonitos da competição.