Os 10 erros do Cruzeiro no Brasileirão 2010


Salve nação celeste! o Campeonato Brasileiro de 2010 acabou e o Cruzeiro esteve perto de repetir o feito de 2003 e se sagrar campeão brasileiro mais uma vez no formato de pontos corridos.

Após o término do campeonato a discussão sobre os erros de arbitragem contra o clube se tornou a principal responsável pela perda da taça nacional.

De fato, o Cruzeiro foi bastante prejudicado por más arbitragens nesta temporada. Entretanto, alguns erros foram cometidos ao longo da caminhada e foram responsáveis pelos 2 pontos a menos que tiraram do Cruzeiro a conquista do Brasileirão.

Nesta coluna apontaremos 10 erros cometidos durante a disputa do Brasileirão. A intenção não é cornetar ou desmerecer os acertos da equipe. Antes disso, o objetivo é apontar detalhes para serem corrigidos na próxima temporada para, enfim, deixarmos de bater na trava e voltar a soltar o grito de campeão brasileiro em 2011:

1º) Insistência com Adílson Batista

Adílson foi o grande responsável pela montagem do Cruzeiro vice-campeão 2010! Dificilmente, porém, a equipe teria conquistado esta condição se o técnico tivesse ficado até o fim do campeonato.

Tudo começou a desandar com a eliminação no Campeonato Mineiro para o Ipatinga. As invenções do treinador provocaram um profundo desgaste entre equipe e torcida que se reverteu em uma falta de sintonia e de boas atuações que marcaram a campanha do Cruzeiro até a queda de Adílson e a parada para a Copa do Mundo.

A presença de Adílson no banco custou ao time cinco estrelas preciosos pontos nas primeiras rodadas. Empates com Avaí e Santos em casa e contra o rebaixado Guarani fora, além de derrotas para Ceará e Atlético-GO longe de nossos domínios custaram ao Cruzeiro a perca de 12 dos 21 pontos possíveis nas primeiras sete rodadas.

2º) Tropeços nos nanicos

O Cruzeiro abusou do direito de perder pontos para equipes da parte de baixo da tabela. Contra os cinco últimos [Grêmio Prudente (4 pontos), Goiás (6 pontos), Guarani (4 pontos), Vitória (3 pontos), Atlético-GO (3 pontos) e Avaí (4 pontos)], por exemplo, o Cruzeiro só conquistou 18 dos 30 pontos possíveis, um aproveitamento de 60%, ou seja, pouco inferior ao aproveitamento total de 60,5% conquistado em todo campeonato.

3º) Freguesia para o São Paulo

No 1º Turno um descuido da zaga permitiu que o São Paulo empatasse a partida no Morumbi em 2 X 2. Já no returno um time apático foi derrotado pelos paulistas por 2 a 0 na despedida melancólica do Parque do Sabiá. Apenas 1 ponto conquistado contra um rival que o Cruzeiro não derrota desde 2004 pelo Brasileirão. Bastavam 3! Mas o Cruzeiro não conseguiu superar o tabu e derrotar ao menos uma vez um adversário que cedeu 4 pontos ao Fluminense.

4º) Falta de um matador

14 dos 19 adversários do Cruzeiro no Brasileirão tem, no mínimo, 1 jogador acima de Thiago Ribeiro (8 gols) na tabela de classificação de artilheiros do Brasileirão. Até mesmo o lanterna Grêmio Prudente tem um jogador nesta situação.

Destes 14 clubes, 5 tem 2 jogadores acima de Thiago Ribeiro entre os artilheiros. Nítida falta de um matador que assumisse a função de comandar o ataque celeste durante o Brasileirão.

Wellington Paulista (7 gols), Farías (3) e Robert (3) até tentaram, mas não foram capazes de suprir com gols esta carência. O meio-campo celeste até criava muitas chances, mas faltou quem colocasse, de forma eficiente, a bola na rede dos adversários.

5º) Lesão de Gilberto

Gilberto se lesionou na partida contra o Fluminense no 1º Turno quando era o principal destaque da equipe no campeonato (Montillo ainda não havia chegado).

1 Turno depois e o Cruzeiro enfrentaria o Tricolor carioca ainda sem Gilberto de volta. Muito tempo de ausência de um dos melhores jogadores da equipe.

A ausência de Gilberto foi sentida, especialmente até a chegada de Montillo. Roger só encontrou seu ritmo quando Gilberto estava novamente integrado à equipe nas rodadas finais. E pontos importantes foram deixados nas partidas contra o Grêmio (empate) e o Prudente (empate) em casa por falta de um armador.

6º) Carência nas laterais

Diego Renan e Jonathan nem foram tão mal se comparados aos adversários e até conquistaram o 3º lugar no Prêmio “Craque do Brasileirão” em suas posições. No entanto, o bom futebol apresentado por ambos em 2009 nesta temporada se resumiu a lapsos de boas atuações.

Pela direita Jonathan chegou até a ser sua posição ameaçada por Rômulo e a começar algumas partidas na reserva. Muitos pediam Gilberto na lateral esquerda no lugar de Diego Renan, pois Pablo, reserva imediato do jovem lateral esquerdo celeste, não correspondia quando entrava. Enquanto isso, a torcida celeste sentia falta de uma maior participação dos laterais nas partidas, especialmente em jogadas de ataque.

Os dois laterais titulares já mostraram qualidade para sonharem com seleção brasileira, mas neste ano ficaram devendo. Em 2011 será necessário que Jonathan e Diego reencontrem a boa forma.

7º) Ausência do Mineirão

O desempenho do Cruzeiro no Mineirão no Brasileirão 2010 não foi dos melhores (1 vitória e 2 empates), mas o Cruzeiro só entrou para valer mesmo no Brasileiro após a Copa do Mundo quando o Mineirão já tinha fechado.

A primeira casa do clube após à Copa do Mundo foi a Arena do Jacaré, mas os jogadores não gostaram do gramado do estádio e o time não jogou bem nos 2 primeiros jogos em Sete Lagoas (1 vitória e 1 empate).

A saída foi procurar o Ipatingão, mas o desempenho no Vale do Aço foi horrível (1 empate e 1 derrota contra times que seriam rebaixados) e o Cruzeiro buscou em Uberlândia sua nova casa.

O início da campanha no Triângulo até foi animadora (Vitórias sobre Corinthians, Flamengo, Internacional) e a diretoria azul decidiu: Clássicos em Uberlândia e rivais menores em Sete Lagoas.

O Cruzeiro voltou à Arena do Jacaré e bateu o Guarani, Ceará e Atlético-GO. Em Uberlândia, nova vitória sobre o Fluminense. Parecia que o Cruzeiro tinha resolvido o problema da ausência do Mineirão, mas a situação desandaria em Uberlândia.

Veio a derrota para o Atlético-MG no Parque do Sabiá. Na sequência, derrota para o São Paulo e a constatação que nossa torcida não passava a força suficiente em uma região dominada pelos times paulistas. A solução? Voltar os grandes jogos para a Arena do Jacaré onde o Cruzeiro venceu Vasco e Palmeiras nas rodadas finais.

O time celeste terminou o campeonato constatando que a Arena era um verdadeiro “caldeirão azul”. No entanto, o nomadismo até achar uma casa cobrou seu preço e o Cruzeiro não fez uma das melhores campanhas em casa. Que falta fez o Mineirão…

8º) Soneca em momentos decisivos.

Gol de empate do São Paulo no apagar das luzes no Morumbi e do Grêmio no finzinho do primeiro tempo no Olímpico. O Cruzeiro cochilou no final de algumas partidas e perdeu preciosos pontos nesta situação.

Mas pelo menos o time sempre entrou ligado em campo né? Não é o que dizem as partidas contra o Atlético-MG em Uberlândia (3 a 0 com 30 minutos de jogo) e Palmeiras em São Paulo (2 a 0 para os paulistas ao fim do primeiro tempo).

Nestas situações o Cruzeiro até se superou e reagiu. Virou contra o Palmeiras, mas não foi possível contra o Galo (4×3 para o rival). Desatenção em momentos cruciais custaram caro ao time celeste em algumas partidas.

9º) Derrota para o Fluminense

Dia 22/07/2010. Conca bate o escanteio e Leandro Euzébio faz. 1 a 0 Fluminense contra o Cruzeiro!

Naquela fatídica quinta-feira o Cruzeiro ainda perderia Gilberto por lesão por metade do Brasileirão e apesar da boa atuação teve que ver o rival ao título ganhar os 3 pontos.

Não fosse o gol de Leandro Euzébio e o Cruzeiro teria ficado com a taça. Faz parte…

10º) Erros de arbitragem

O Cruzeiro vacilou durante o Brasileirão, assim como todos rivais. Mas ninguém sofreu tanto com a arbitragem quanto o Cruzeiro.

Gols mal-anulados contra o Santos (Farías marcaria 1 a 0 na derrota por 4 X 1), Grêmio (Wellington Paulista faria 2 X 1 para o Cruzeiro na derrota por 2 X 1) e Botafogo (Farías viraria o jogo para 2 X 1 no empate em 2 X 2) mostraram o quanto a arbitragem brasileira é caseira e mudaram completamente o panorama destas partidas.

Nada, porém, foi pior que a atuação de Sandro Meira Ricci na partida contra o Corinthians no Pacaembu. Vários impedimentos absurdamente marcados, pênaltis não marcados para o Cruzeiro e falta duvidosa sobre Ronaldo assinalada dentro da área celeste selaram a derrota por 1 a 0 para o Corinthians que deixou o campeonato todo sob suspeita.

O título do Fluminense até diminuiu as suspeitas de manipulação do campeonato, mas tantos erros de arbitragem contra o Cruzeiro (que foi beneficiado contra Internacional e Ceará) definiram o destino da taça rumo às Laranjeiras.

Crucificar o time após a bela campanha não foi a intenção desta coluna. Os acertos foram superiores aos erros, mas apontar falhas é crucial para consertar os erros. 2011 está aí e não podemos deixar o Brasileirão escapar. Acertar os detalhes é necessário, afinal cruzeirense reconhece, mas não se contenta com vice-campeonato.