O time do futuro?


Analisando o inchado plantel cruzeirense atual, identificamos 40 jogadores. Quatro goleiros, seis laterais, oito zagueiros, sete volantes, oito meias e sete atacantes. Entre esse monte de gente, alguns mal jogaram na temporada por se recuperarem de lesões graves, como o zagueiro Dedé, o volante Willian Farias e o atacante Judivan. Relevante é que 16 destes atletas possuem menos de 23 anos, o que dá uma boa perspectiva sobre o futuro cruzeirense. Mas uma constante, em todos esses meninos, é que já provaram talento mas não conseguem a tão sonhada consistência para pleitear uma vaga entre os 11. Será que eles vão vingar?

Analisando esses dezesseis jovens, começamos pelo goleiro Alan (21). Quarta opção da meta celeste, dificilmente terá alguma oportunidade nos próximos três anos, visto que Rafael e Elisson são suplentes do titular (e de contrato novo) Fábio. No centro da defesa, Alex Flávio (22) e Bruno Viana (20) receberam poucas ou nenhuma oportunidade de jogo. Nomes que sempre foram referência no time de base, merecem chances no Mineiro 2016 ou mesmo um empréstimo para evoluírem a nível profissional. Na lateral direita, Mayke (22) e Fabiano (23) já são jogadores consolidados no futebol nacional. Do outro lado, Pará (20) mostrou qualidade nas oportunidades que recebeu, ainda que naturalmente oscile em alguns momentos.

Passando ao meio-campo (lugar dos craques, que vão levando o time todo pro ataque…), o primeiro nome que vem à mente é o de Alisson (22), talvez o mais talentoso atleta celeste da atualidade. Seu grande problema é a recorrência de lesões, mas o potencial para ser a estrela da companhia já foi demonstrado. Eurico (21) é um dos jogadores mais regulares, apesar de não conseguir destaque absoluto. Sempre entrou com tranquilidade, cumprindo seu papel e merece a chance de se firmar. Abaixo vem Bruno Edgar (21), outra promessa da base mas com um estilo mais ofensivo e físico de jogar, mais propenso a se lançar à frente.

Opções que não contam muito com a paciência do torcedor, Marcos Vinícius (20) e Allano (20) são atletas de potencial mas que ainda não conseguiram justificar de modo regular. Por mais que mostrem boa consciência tática, pecam pela individualidade . Gabriel Xavier (22) e De Arrascaeta (21) são muito pedidos nas arquibancadas mas entregaram muito pouco desde que chegaram, em janeiro. Especialmente o uruguaio, de quem muito se esperava devido ao alto custo de sua contratação. Já Gabriel conviveu muito com lesões e comparações com o estilo de Everton Ribeiro, tendo raríssimas oportunidades entre os 11. Mas representam uma perspectiva de que “desse mato sai coelho”. Podem ser jogadores muito importantes quando mais entrosados e adaptados.

Na frente, Judivan (20) iniciou a temporada tendo chances mas sem convencer. Convocado ao Mundial sub-20 pela Seleção Brasileira, fazia grande torneio até receber entrada desleal que rompeu seus ligamentos. Em recuperação, tem qualidades e pode ser muito importante, desde que consiga se recuperar plenamente do trauma. Joel (21) sofreu com a concorrência e com a perseguição de parte da torcida. Foi outro que esboçou uma reação, jogando bem contra Atlético-PR, Sport e Avaí, jogo em que fatalmente se lesionou. Ainda não retornou aos gramados, mas deposito esperanças aqui pelo seu bom rendimento no ano passado, pelo Coritiba. Sem citar Neílton (21), que vem mostrando bom desempenho durante o empréstimo no Botafogo e deve retornar.

Por fim, um atleta que não é mais patrimônio do clube, mas se encontra emprestado pelo Valencia até o meio da próxima temporada. Vinícius Araujo (22) provavelmente estará no time olímpico da seleção e é um centroavante do tipo em extinção. Jogador de qualidade mas que ainda peca pelo nervosismo na frente do gol, precisa evoluir de modo efetivo e receber sequência de jogo para saber se vinga de vez ou não. Mano Menezes pode ser o nome certo para desenvolver esses talentos e fazer do Cruzeiro um time forte para várias temporadas. Os jovens jogadores, especialmente da base, são notoriamente a redenção para os clubes brasileiros e o momento é ideal para esse investimento direcionado. Estaria surgindo uma safra nobre dos “meninos da Toca”?

Por: Emerson Araujo