O som do silêncio


Luxemburgo chegou, comandou a equipe em duas partidas e conquistou resultados excelentes pelo momento da equipe e, principalmente, para a sequência no campeonato. O sofrido 1×0 sobre o Flamengo e a boa vitória por 3×1 sobre o Atlético-MG apontaram que o elenco segue com as mesmas fraquezas e desequilíbrios, mas que motivado pode jogar em bom nível e orgulhar a todos nós. A mesma determinação que vimos na vitória sobre o São Paulo e no primeiro duelo contra o River Plate na Libertadores foi a que enxergamos vivamente no clássico do último sábado. Clássico este que tirou um peso das costas de todos nós, com o fim da maldição que parecia nos assombrar há tempo demais.

O silêncio a que o título se refere vai muito além das sepulcrais arquibancadas do Horto, caladas ao ver o time que aluga o Independência perder incontestavelmente na casa do América. Até porque, todo torcedor que já viu as duas torcidas in loco sabe que o lado de lá da lagoa é uma torcida construída pela mídia, cuja capacidade de ganhar partidas é uma falácia tão repetida que soa como verdade para os incautos. O silêncio a que questiono é da imprensa, que faz vistas grossas aos recorrentes erros de arbitragem ocorridos em clássicos, especialmente na caixa de sapato.

Tenho muito vivas na memória as lembranças de expulsões injustas de jogadores celestes, como Bruno Rodrigo no primeiro jogo da final em 2013, assim como o gol de Luan marcado em absoluto impedimento no primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2014. Na última partida, novamente um impedimento claro, inquestionável não foi marcado e acarretou no gol do Atlético-MG. Porque ninguém retrata esse episódio, porque a imprensa se cala e somente as reclamações dos cruzeirenses soam como lamúrias de quem perdeu? Esse texto é para mostrar que sim, nós vencemos o rival, vencemos o árbitro que novamente pendeu a balança para o lado de lá. E a imprensa, principalmente a mineira, manteve-se ridícula, silenciosa, incapaz de apontar um erro crasso da arbitragem e admitir que essa recorrência de marcações não pode ser mera coincidência.

Lembram-se do suposto pênalti em Jô na final de 2014 e como um lance contestável virou um escarcéu? Teve jornalista que se diz respeitável por aí dizendo até que o jogo tinha que ser anulado. Será que só eu e mais meia dúzia se indigna com isso? Será que não está na hora de revermos tudo no futebol brasileiro? Vamos aproveitar esse rodo do FBI sendo passado na FIFA e na CBF para tentar atingir esferas menores do futebol, especialmente no tocante a relação dos clubes com os grandes veículos de imprensa, seja de alcance nacional ou estadual. Não existe hora melhor para agir, comprar brigas e resolver velhos problemas. Afinal, repórter vazando escalação secreta do time é chover no molhado na Toca da Raposa. Até quando vamos permitir tudo?

Por fim, falemos de coisa boa. Por mais que não aceite a demissão de Marcelo Oliveira, Luxa chegou conseguindo os resultados, aquilo que no fim das contas importa no futebol. Espero que ele consiga aproveitar bem essa semana de treinamentos, manter o time determinado e que consiga voltar a apresentar um jogo de qualidade atrelado às vitórias, aquilo que nossa tradição sempre pediu. É engraçado como mesmo tendo um elenco fraco conseguimos vencer, isso mostra que com alguns reforços pontuais esse time pode até lutar por algo grande na temporada. Mas vamos com calma, um passo de cada vez, tentando galgar postos na classificação e ver até onde o novo Cruzeiro poderá chegar. O céu começa a se abrir, as cinco estrelas voltam a reluzir. Mas ainda há muito trabalho a fazer para resgatar o brilho das duas últimas temporadas. #FechadoComOCruzeiro

Por: Emerson Araujo