O rebaixamento é um risco real. Acorda, Cruzeiro!


Após ler e analisar a seção Fazendo as contas, do nosso colaborador João Henrique Castro, não consegui compartilhar da projeção otimista do amigo. Vendo nosso péssimo rendimento no Mineirão, somado ao baixo rendimento da maior parte dos nossos jogadores-referência, enxergo o risco de rebaixamento como um perigo iminente. E se não o tratarmos com a devida cautela e respeito, vamos sim nos igualar à maioria dos times brasileiros, que pensaram que a grandeza e a força da camisa bastariam. Se não jogar muita bola, suar sangue e ser efetivo nas partidas, vamos ser relegados ao pesadelo sim.

É com muito pesar que faço esse texto. Mas hoje, não consigo ter certezas em nenhum setor da equipe. Rafael vem fazendo bons jogos, não parece ser problema. Mas a linha defensiva não passa confiança alguma. Edimar e Lucas são os laterais titulares, mas oscilam bastante. Edimar menos, é um jogador mais confiável. Lucas colecionou algumas falhas graves e caiu em desgraça com a torcida. Manoel é um zagueiro muito acima da média, mas deverá tomar alguns jogos de suspensão por agredir o são-paulino Chavez. E Bruno Rodrigo já deu mostras suficientes de como pode ajudar o time ou colocar tudo a perder com falhas patéticas.

No meio, temos várias alternativas e nenhuma certeza. Henrique, experiente e capitão, é titular. Denílson, recém-chegado, teve pouquíssimos minutos para se mostrar. Ariel Cabral deixou o futebol em 2015 e só merece a titularidade na cabeça do Mano, que tem critérios que minha vã filosofia não compreende. E Romero, mesmo sendo um excelente volante, ainda comete lapsos de concentração naturais da pouca idade, o que nos custam pontos. Na meia, Robinho vem se firmando, Arrascaeta tem talento aliado a um pé torto impressionante, especialmente nas chances claras. E Rafael Sobis fez um grande jogo pelo Cruzeiro, em 14 disputados. Coque samurai, nome e tatuagem no pescoço são critérios inúteis para garantir titularidade.

E até Ramon Ábila, que já exaltei pela capacidade goleadora, tem me deixado com a pulga atrás da orelha pelas recentes chances desperdiçadas. No clássico, se alguém deveria ter feito a diferença, era ele. Jogou fora uma ocasião inacreditável e já completa 3 jogos sem marcar. Espero que retorne aos gols nesse duelo contra o Flamengo, porquê representa o poder de fogo celeste no ano. Ou você confia nos possantes Willian, Alisson, Élber e Rafinha (talvez o elemento mais inútil do elenco) para marcar gols? A situação não é boa, o plantel tem muitos jogadores em sub-rendimento e o tempo é cada vez menor.

Em 2013, o Fluminense seria rebaixado (não fosse o tapetão) com 46 pontos no Brasileiro. Portanto, na minha contabilidade, precisamos afastar matematicamente qualquer chance disso. Então traço 48 pontos como um número realmente seguro. Não sou Tristão de Souza, mas como um torcedor desconfiado, sei que não faz mal tomar um cuidado extra com um risco desse tamanho. Estamos com míseros 30 pontos em 26 jogos. Isso é um absurdo, nosso desempenho não chega a 40% no certame. Se não vencermos o Flamengo, que por sinal é franco favorito, temos grandes chances de amanhecer a próxima semana no Z4.

Não é prudente confiar em tropeços alheios, a sorte não vai ajudar. Principalmente pelo péssimo trabalho que realizamos até agora. Mano trata a situação com naturalidade e busca sempre tranquilizar jogadores e torcida. Ao menos comigo, o trabalho dele não tem surtido efeito algum. Restam 12 partidas e, em bom português, será rabo de foguete pro nosso lado. Após o Flamengo, teremos dois jogos em casa, contra Grêmio e Ponte Preta. Após isso, o líder Palmeiras, em São Paulo. São 4 jogos duros, em que precisamos pontuar bem para não sofrer. E após aquela derrota para o Botafogo, amanhã é a oportunidade de ouro de sangrar outro carioca e restabelecer os pontos perdidos. Esse ano não tem clássico na última rodada para nos salvar. Reage logo, Cruzeiro!

Por: Emerson Araujo