O menino da Toca?


O menino da Toca? - Foto: Pedro Gontijo/OTempo

Neílton surgiu no Santos no início de 2013, como destaque da campanha do Peixe no título da Copa São Paulo. Não tardou a ser chamado aos profissionais e ter algumas oportunidades no time de cima, entrando em alguns jogos e até conseguiu marcar alguns gols. Tudo muito bom, muito bem, para repetir a história de outro N muito famoso vindo das canteiras da Vila Belmiro e que hoje desfila pelo Camp Nou com a camisa 11 do Barcelona, além de ser o detentor da 10 da seleção.

Algo se perdeu, desde então. O jogador que era promessa não virou realidade e ainda por cima, briga publicamente com o clube que diz amar por pura e simples divergência financeira. Mal entra em campo e quando o faz é de maneira indolente, o que lhe causou um afastamento na última temporada. Com contrato vencendo no próximo mês de maio, Neílton chama a atenção de muitos clubes do Brasil e do mundo, interessados em contar com seu futebol. O Cruzeiro esteve próximo de fechar o acordo e o atleta veio até a Toca da Raposa conhecer as instalações de treino celestes. Tudo parecia encaminhado, mas uma guinada nas negociações deixa a entender que tudo pode acontecer. Tudo, inclusive nada.

O Santos está em seu direito em pedir uma compensação para liberar o atacante antes do término de seu vínculo atual. O jogador e seu empresário falam abertamente em dar preferência ao Peixe em uma renovação. Mas claramente, vão para onde pagar mais. E nesse ponto, não acho interessante que o Cruzeiro entre em um leilão para trazer um jogador que atua pelos lados do campo, posição que estamos muito bem servidos com Everton Ribeiro, Dagoberto, Willian, Marlone, Élber, Luan e mais alguns.

A possibilidade seria a vinda sem custos, a partir de junho. Gastando apenas com salários e adquirindo um bom percentual de seus direitos econômicos, a contratação me parece inteligente pensando num futuro próximo. É um luxo desnecessário para a atual temporada, mas atuando com gente mais madura e sendo melhor assessorado, Neílton pode se tornar um grande jogador, mas não podemos fazer loucuras financeiras por alguém que não provou nada até o momento. Nossos atletas de base também podem se tornar grandes jogadores, pois já mostraram ter talento. Possuindo este ingrediente, não há nada de especial no que vem a seguir, é trabalhar e ser bem trabalhado pela comissão técnica.

Vinícius Araujo se foi, para tristeza de todos nós. Mas creio que devemos confiar na capacidade dos nossos gestores, pois em 2013 mostraram muita competência nas negociações que culminaram com o terceiro troféu do Brasileirão na estante. Nenhum jogador é maior que o clube, as vendas muitas vezes são feitas para atender a necessidade do atleta ou a vontade de um empresário. E por mais desesperador que seja ver a primeira lesão de Borges na temporada já no segundo jogo, temos alternativas para suprir a condição de camisa 9. Vamos aguardar e confiar em quem comanda. O céu segue estrelado e a América é logo ali.