O medo de perder tira a vontade de vencer


Salve, Guerreiros!

A frase que dá nome a este texto pertence a um personagem que a torcida celeste não gosta nem de ouvir falar: Vanderlei Luxemburgo. Mais irônico que isto, é o fato de esta frase ser usada para descrever o time comandado por alguém que, abertamente, já declarou ter aprendido muito com o ‘pofexô’.  Ontem, na partida contra o América-MG, o Cruzeiro demonstrou fragilidade no controle da partida, e acabou sofrendo o gol de empate aos 47 da etapa final. Duro castigo.

O Cruzeiro começou bem a partida, marcando sob pressão e induzindo o América ao erro. Além disso, as transições defesa e ataque foram mais rápidas, com o time celeste sempre propondo o jogo no toque de bola, sem lançamentos longos. Alisson voltou a atuar pela esquerda, e foi por ali onde houveram os melhores e os piores momentos do Cruzeiro na partida. Se no ataque Alisson fazia um carnaval em cima do lateral Jonas, na defesa, Fabrício sofria para conter as investidas de Osman. No fim, em um lance de uma roubada de bola na defesa do Coelho, Arrascaeta fez a alegria da torcida celeste.

O segundo tempo, porém, já foi um pouco diferente. A postura em campo mudou. O Cruzeiro foi menos incisivo, pressionou menos e voltou àquela postura morosa das partidas anteriores. As três substituições foram corretas, mas nenhum dos jogadores que entraram alterou, de alguma forma, o quadro descrito. O América também não assustava, é bem verdade. A equipe celeste conseguia destruir bem todas as jogadas do adversário, mas não conseguia encaixar nenhum contra-ataque e sequer manter a posse de bola. Em um momento de desatenção dos volantes, Bryan recebeu livre e, sem ser pressionado, acertou um chute de raríssima felicidade. Um empate amargo, e vaias para a postura celeste no segundo tempo. Merecidas.

Na equipe celeste, algumas boas atuações. Fabiano deu segurança ao lado direito da defesa e, neste momento, deve ser titular absoluto da equipe. Alisson também fez uma boa partida, mas no segundo tempo, com a marcação mais intensa sobre ele, não conseguiu se destacar. O melhor em campo, e já não é a primeira vez, foi Arrascaeta, que com muita movimentação e passes rápidos, apareceu em todos os lances de perigo do ataque celeste. A evolução do camisa 10 merece destaque. Ele parece ter encontrado sua posição e, sempre que exigido, corresponde bem, totalmente diferente do disperso Arrascaeta da temporada passada.

A exibição não agradou, mais uma vez, mas dessa vez o resultado não veio. As críticas ao trabalho de Deivid, até então, são completamente compreensíveis, mas ainda não vejo como momento para que haja alguma mudança. Ainda falta ao treinador celeste um pouco mais de maturidade em algumas situações de jogo; ontem, por exemplo, desde a metade do segundo tempo, o Cruzeiro só se preocupou em destruir, mas não conseguiu construir uma jogada eficiente. Lembremos que a equipe de Mano Menezes era, igualmente, defensivamente segura, mas conseguia manter a posse de bola nesses momentos de dificuldade.

Mas a corneta irá soar, Deivid. Acho bom se preparar para ela. Não se esquivando, se defendendo, mas mostrando dentro de campo, atacando todas as críticas com bom futebol. Porém, se os dias passarem e nada mudar, vai ficar difícil te defender…

Por: Pedro Henrique Paraíso