O efeito Dedé (Cruzeiro 1 x 1 Boca Jrs – Quartas de finais – Libertadores)


Salve, guerreiros!

Em seis anos de Guerreiro dos Gramados, essa é uma das colunas mais tristes que escrevo. Triste e revoltado ao mesmo tempo. O que fizeram com o Cruzeiro foi uma covardia daquelas poucas vezes vista no futebol. Um gol estranhamente anulado, um pênalti mais estranhamente ainda também anulado… Nem pretendo reviver os lances analisando a partida que eliminou, aliás, fomos eliminados no jogo de ida, naquele 2 x 0 que também não foi justo. Vou me ater hoje ao que chamei de “Efeito Dedé”. Não, caros amigos, não estou jogando nas costa do Mito a eliminação, desde já aviso.

Efeito Dedé

O que ocorreu na primeira partida todo mundo viu, a expulsão completamente equivocada do zagueiro celeste, e pior, usando o VAR como justificativa. A sensação que passa, é que a arbitragem sul-americana tenta jogar descrédito sobre o uso da nova tecnologia, mas, isso é uma outra história para um outro por de sol.

O Cruzeiro foi correto em procurar a entidade (Conmenbol) e levar a cabo seu protesto, conseguiu a anulação da suspensão automática do camisa 26. Claro que o Boca Jrs não aceitaria passivamente tal decisão, perpetrando recurso que foi prontamente negado pela entidade. Tudo parecia caminhar para que a justiça fosse estabelecida… parecia.

Vem a segunda partida, e com muita luta e entrega, nossos atletas foram a campo com a hercúlea missão de reverter a vantagem Xeneize  construída sobre a trapalhada do juiz e árbitros de vídeo na Bombonera. Time e torcida em sintonia perfeita. A China Azul foi tão protagonista quanto qualquer um daqueles que desfilaram de azul no gramado da Toca 3, arrancando elogios diversos de muitos torcedores argentinos no microblog Twitter.

Evidentemente, a palavra de ordem no time portenho era travar o jogo a todo custo. Os atletas argentinos caíam com o vento, isso, poderíamos considerar normal. O problema é quando os árbitros são coniventes com esse anti-jogo. O árbitro apitava todas as vezes em que eles caíam, parava o jogo o tempo inteiro, quando a recomendação da FIFA é marcar aquilo que realmente for falta, pois a dona FIFA tem, logicamente, a intenção correta de diminuir a interrupção do jogo.

Depois de alguns parágrafos, os amigos leitores já devem estar se perguntando cadê o efeito Dedé. Nosso Mito não foi marcado apenas pelos adversários. Foi marcado pela arbitragem que assinalava toda e qualquer intervenção do zagueiro. Lembro-me que a certa altura do jogo eu disse: “o Dedé precisa parar de ir, pois tudo que ele fizer o juiz vai marcar.

E assim foi. Seu cartão amarelo foi despropositado, não havia motivo algum para a advertência. Seu cartão vermelho, foi por absolutamente nada. O atleta argentino caiu com o vento, e o zagueiro terminou expulso. A arbitragem tinha clara intenção de tirar o Mito da partida. Pleno corporativismo em função de seu colega que apitou a primeira partida ter tido sua decisão revogada.

Está na hora de fazer como foi na F1, começarem a divulgar os rádios das conversas entre os árbitros. Nenhum pessoa que ocupa posição de julgamento deve estar acima do bem e do mal. Eles precisam apitar sabendo que todos irão ter acesso àquilo que é conversado entre eles na hora da partida, incluído depois dela. Se os juízes podem expulsar atletas após o término do jogo, suas conversas via rádio deveriam também estarem expostas. Contribuiria, e muito, para a lisura do espetáculo.

Uma pena que tamanho confronto termina dessa forma lamentável. O descrédito naquela que deveria ser uma das principais competições do mundo. Quem nasceu para Libertadores, dessa forma, nunca chegará perto da Champions League! Fica o alerta a CONMENBOL. Se sua intenção é tornar  Libertadores grande a charmosa como sua irmã européia, as coisas precisam começar a funcionar como lá.

CRUZEIRO 1 X 1 BOCA JUNIORS
Motivo: Jogo de volta das quartas de final da Conmebol Libertadores
Data: 04/10/2018 (quinta-feira)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Árbitro: Andrés Cunha (URU)
Público: 56.791 presentes / 48.925 pagantes
Renda: R$2.652.600,00
Gols:  Sassá aos 12 minutos e Pavon aos 48 minutos do segundo tempo.
Cruzeiro: Fábio; Edilson, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Silva (Sassá), Robinho, Thiago Neves e De Arrascaeta (Rafinha); Barcos (Raniel). Técnico: Mano Menezes
Boca Juniors: Rossi, Bufarini, Izquierdoz, Mangallan e Olaza; Nández, Barrios e Pérez (Gago); Pavon, Zárate (Ábila) e Villa (Cardona) Técnico: Guilherme Barros Schelotto
Cartões amarelos: Rafael, Egídio e Dedé (Cruzeiro), Pavon e Perez (Boca Juniors)
Cartão vermelho: Dedé (Cruzeiro)

Agora o foco é total na finalíssima da Copa do Brasil. Espero que a eliminação não derrube psicologicamente nossos guerreiros. O primeiro jogo já é na próxima semana  (10/100). Até lá, China Azul.

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida, nossa força!

Por: Álvaro Jr