O Cruzeiro é a cara de seu presidente


O Cruzeiro é a cara do seu atual presidente. Gilvan de Pinho Tavares assumiu o clube em 2012 e teve bastante trabalho para limpar a sujeira deixada pelo seu antecessor Zezé Perrela. Sozinho, Gilvan tentou iniciar um trabalho já naquele ano em que o clube foi comandado por Celso Roth. Gilvan fez contratações medianas, baratas e de jogadores que eram destaques da segunda divisão nacional. Um time mediano que terminou o Brasileiro na metade da tabela (como deveria ser).

Em 2013, quando o presidente buscou Alexandre Mattos e viu o diretor conseguindo realizar grandes transações no mercado, Gilvan conseguiu ter mais ousadia de forma que até sua tradicional teimosia deu certo a partir do momento em que ele bateu o pé e bancou o técnico Marcelo Oliveira. O trio Gilvan-Mattos-Marcelo teve enorme sucesso e o Cruzeiro acabou se consagrando Campeão Brasileiro nos anos de 2013 e de 2014.

Depois do sucesso do bicampeonato, Alexandre Mattos decidiu deixar o Cruzeiro. O diretor queria mais autonomia e a prudência e até o orgulho e a teimosia de Gilvan fizeram com que o presidente perdesse um dos elementos-chave daquela diretoria. Mais tarde foi a vez de Marcelo Oliveira deixar o comando do time azul, depois de várias indiretas deixadas pelo ex-comandante celeste sobre a necessidade de contratar reforços para o time. Todas essas indiretas ignoradas pelo presidente. Faltava o 10 e faltavam alguns reforços pontuais. Sem eles, a queda de rendimento do Cruzeiro caiu sob as costas de Marcelo Oliveira, demitido no início de 2015. A imagem de um treinador triste por deixar o clube, sozinho na sala de imprensa, permanece na lembrança do torcedor (ou não, já que muitos estão pedindo a volta do ex-treinador. Se eu fosse o Marcelo, eu não voltaria. O que o presidente fez com ele foi o que eu chamo de sacanagem).

Não sou nenhum especialista em finanças, nem sei das dívidas que o clube fez no bicampeonato. Mas me questiono onde é que foi parar o dinheiro do sócio-torcedor, o dinheiro da venda dos jogadores que formavam a espinha dorsal do time bicampeão brasileiro, o dinheiro dos patrocinadores e, mais recentemente, o dinheiro da milionária multa de rescisão do contrato de Mano Menezes. Não sei também como um clube que foi bicampeão não conseguiu atrair muitos investidores e não conseguiu concretizar transações mais ousadas. Questiono-me como o rival (um clube que todos sabem que tem milhões de dívidas) consegue atrair patrocinadores e investir bem o dinheiro que ganha em boas e pontuais contratações.

Já a gestão dita moderna do Cruzeiro tem apostado nos jogadores que mostram potencial em divisões inferiores ou em clubes medianos e em negócios mais baratos no futebol sul-americano. A mesma gestão que ainda insiste em Deivid, que até hoje não conseguiu dar padrão ao time celeste. Mano Menezes com poucos meses de trabalho conseguiu dar padrão e fazer o time dar uma arrancada satisfatória no Brasileiro do ano passado.

O Cruzeiro atual é mesmo a cara do seu presidente. Quando o mandatário resolveu ter coragem e investir no time, fomos campeões. Mas acontece que esse nosso presidente tem sido mesmo é muito birrento, teimoso e pão duro. Gilvan continua não tendo a coragem de mandar Deivid embora, mesmo vendo nosso time ganhar jogos por 1×0, apresentando um péssimo futebol contra equipes fracas do interior. Vai esperar que passemos vexame em algum jogo para mandar Deivid embora.

Coragem, presidente. Sei que o senhor anda doente, mas é hora de ter pulso firme e tomar decisões importantes para recolocar o Cruzeiro no seu devido lugar. Já estamos cansados de cobrar do senhor. O mundo inteiro sabe que Deivid não vai durar muito tempo no comando celeste e que precisamos, urgentemente, de laterais, meia-armador e um bom atacante de área. ACORDA, PRESIDENTE!!!

Por: Pedro Henrique Campos