MONUMENTAL!


Salve, China Azul!

Título clichê e em caixa alta sim, porque este time merece. Ontem, jogando em Buenos Aires, o Cruzeiro se sentiu em casa, foi melhor durante todo o confronto, e bateu o River Plate, com gol do incansável Marquinhos. Mais do que a vitória, foi uma partida que nos mostrou que este elenco entendeu, de fato, o que é ter espírito de Libertadores, e que o ocorrido contra o São Paulo não foi uma mera obra do acaso.

Marcelo Oliveira recebeu críticas sobre a forma com que o Cruzeiro jogava. Porém, o que eu percebia, era um time que cometia muitos erros individuais, e estes erros eram o diferencial ao final das partidas. Você se lembra de um jogo em que o Cruzeiro não tomou um gol “por vacilo”? E neste aspecto, o treinador não pode entrar em campo para chutar uma bola, marcar o adversário, fazer uma defesa… O time também, em alguns momentos, parecia não ter saída, quando a partida se desenhava de uma forma não esperada. As mesmas mudanças, as mesmas escolhas táticas, as mesmas opções. E a temporada seguia se arrastando.

Mas ontem… Ah, ontem tudo deu certo. O esquema do Marcelo funcionou perfeitamente. Não somos um time de posse de bola, temos uma grande quantidade de jogadores agudos e velozes, que partem para o ataque, e tentam definir rapidamente. E foi isto que o treinador entendeu. Deixou o River ter o aparente controle sobre o jogo. A sensação era que o Cruzeiro dominava, sem dominar. Mesmo com a bola em seu poder por menos tempo, conseguimos ser superiores e, consequentemente, ditar o ritmo de jogo. Perigoso, mas necessário. Necessário e eficaz.

Willian e Marquinhos tem fundamental importância. A tarefa de abrir em velocidade, para possibilitar lançamentos longos vindos da defesa, é deles. No primeiro tempo, Willian foi melhor. No segundo, Marquinhos foi o heroi. Improvável heroi, por muitas vezes tão criticado, por muitas vezes questionado, mas sempre batalhador. Hoje, o baiano da camisa 30 é fundamental; pode não ser aquele primor de técnica, pode não ter aquele passe preciso, pode não ser aquele exímio finalizador, mas como ele luta. Aos 45 do segundo tempo, corre como se fosse 15 do primeiro, em nível do mar, ou a 4.000 metros de altitude.

Manoel e Bruno Rodrigo são outros dois dignos de destaque. Aliás, o que a nossa defesa melhorou com a entrada dos dois, hein? Jogadores maduros, experientes e que não tentam fazer mais do que o simples. Chutão para fora, bola para lateral e bico para frente tem que fazer parte do repertório de zagueiros que jogam a Taça Libertadores. Qualquer vacilo, qualquer falha pode ser fundamental para o adversário. Não deixemos de citar Mayke (até que enfim, garoto!) e Mena, que passaram ainda mais segurança para um setor defensivo que teve uma noite sem sustos.

La Bestia Negra das Américas, mais uma vez, apareceu para assombrar os adversários. Somos o único clube que conseguiu vencer Boca Juniors e River Plate, em seus respectivos domínios, pela Taça Libertadores. Além disso, ontem nos tornamos novamente o clube brasileiro com maior número de vitórias pela maior competição continental. Quando a grandeza da camisa se junta com a vontade de vencer, feitos memoráveis como estes se tornam rotina.

Temos ainda o jogo da volta para carimbarmos o nosso passaporte rumo às semifinais do maior torneio do mundo. Com empenho, vontade, determinação e aplicação na mesma medida, estaremos lá. Que os jogadores continuem sendo verdadeiros guerreiros dos gramados. Que a nossa torcida seja vibrante, do início ao fim, e que possa fazer a diferença. E mesmo discordando em um ou outro ponto, questionando este ou aquele jogador ou a escolha do treinador, estejamos fechados com o Cruzeiro!

Faltam cinco passos!

Saudações celestes!

Por: Pedro Henrique Paraíso