Marcelo Oliveira, o camisa 10 Celeste


Há duas semanas atrás escrevi uma coluna sobre o que chamei de A mística do banco azul…Bom senhoras e senhores, não vou conseguir escapar do tema novamente… Para os mais saudosistas e que se recordam do futebol brasileiro no início da década de 80, o nosso maior rival foi realmente uma senhora pedra no sapato. Aquele (e aí pessoal desculpas e licença a todos os nossos leitores) grande time do Atlético-MG, que juntamente ao Flamengo formou a base do inigualável time da Copa de 82, que tinha como comandante do meio Marcelo Oliveira. O então camisa 10 alvinegro hoje ostenta o status de comandante do Cruzeiro.

Contudo, se Diego Souza em sua morosidade é quem ostenta a 10 dentro de campo, quem a usa com maestria é o nosso treinador. Marcelo Oliveira parece ter retomado o espírito do articulador em campo pra se transformar em um armador fora dele.

No comando do Cruzeiro, números sólidos de um trabalho apenas no começo, mas que promete muitas graças à imensa China Azul. Sim senhoras e senhores, estamos no caminho certo! Até o momento são oito jogos oficiais, sete vitórias, um empate e mais uma meia-dúzia de bem conduzidos jogos-treino e amistosos. Sim, nós temos um time!

E levando este time ao ataque, temos nosso camisa 10: Marcelo Oliveira!

O treinador foi feliz em absolutamente todas as escolhas até o momento, e olha que não costumo me render assim à importância do treinador. Sempre os achei sobre-valorizados no futebol contemporâneo, fato que se revela em seus contracheques muitas vezes, mas isso é assunto para uma outra coluna.

O fato guerreiros, é que nosso treinador vem decidindo jogos. É claro que o mérito é dos atletas que entram em campo, saem do banco e dão conta do recado. Elber, mais uma vez diga-se de passagem, e Ricardo Goulart, que até então eu não entendia porque não vinha sendo utilizado. Mas o fato é que novamente, Marcelo Oliveira soube ler o jogo, alterar a equipe e garantir os três pontos.

Se no ano passado nos desesperávamos com as mexidas equivocadas, erros de escalação, má avaliação e péssima utilização do elenco, este ano o que vemos é outra realidade. E vejam que pontos outrora levantados como problemas dessa vez estão sendo ignorados por nós jornalistas, críticos e até mesmo nossa exigente torcida.

Nos atenhamos aos fatos…

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Bruno Rodrigo, Paulão e Egídio; Leandro Guerreiro, Nilton; Everton Ribeiro (Tinga), Ricardo Goulart (Dagoberto) e Everton (Alisson); Anselmo Ramon
Técnico: Marcelo Oliveira

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Bruno Rodrigo, Paulão e Egídio (Alisson); Nilton, Tinga, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart (Dagoberto) e Everton; Anselmo Ramon (Vinícius Araújo)
Técnico: Marcelo Oliveira

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Bruno Rodrigo, Paulão e Everton; Nilton, Leandro Guerreiro (Luan), Everton Ribeiro e Diego Souza; Dagoberto (Egídio) e Anselmo Ramon (Borges)
Técnico: Marcelo Oliveira

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Thiago Carvalho, Paulão e Everton; Leandro Guerreiro e Nilton; Everton Ribeiro, Diego Souza (Elber), Luan (Dagoberto) e Anselmo Ramon (Vinícius Araújo)
Técnico: Marcelo Oliveira

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Paulão, Nirley e Everton (Luan); Leandro Guerreiro, Nilton, Everton Ribeiro e Diego Souza; Dagoberto (Elber) e Vinícius Araújo (Borges)
Técnico: Marcelo Oliveira

Cruzeiro
Fábio; Ceará (Mayke), Nirley, Paulão e Egídio; Leandro Guerreiro, Nilton, Everton Ribeiro (Tinga) e Diego Souza; Dagoberto (Elber) e Borges.
Técnico: Marcelo Oliveira

Cruzeiro
Fábio; Ceará, Léo, Paulão (Ricardo Goulart) e Everton; Leandro Guerreiro, Nilton (Tinga), Everton Ribeiro e Diego Souza (Elber); Dagoberto e Vinícius Araújo
Técnico: Marcelo Oliveira

Estas são todas as escalações que o time usou durante os jogos do Campeonato Mineiro. Onde está repetição? Onde está o mesmo time sendo mantido? Marcelo Oliveira ainda não conseguiu utilizar o mesmo time duas vezes no ano, e nem por isso está sendo massacrado por inventar demais ou por não dar uma cara à equipe. A equipe tem uma cara, a sua cara…

Em tempos de Adilson Batista, meu preferido entre os treinadores dos últimos 10 anos, isso seria motivo para confusão, desordem, protestos… Agora não. Enxergamos uma consistência no trabalho, enxergamos trabalho, treinamento, disciplina

Por isso senhoras e senhores, resolvi dedicar minha coluna mais uma vez ao banco de reservas e ao verdadeiro maestro do time no início dessa temporada, nosso treinador. O time ainda tem tempo de se acertar e realmente se consolidar como uma das grandes forças do futebol nacional este ano porque está jogando bola para tal.

Espero sinceramente que o peso e a responsabilidade de comandante do bom futebol seja transferida a Diego Souza, contratado para tal e que ainda não justificou sua vinda e seu status dentro da equipe. Pelo menos, não está sendo insubstituível, aliás, até o momento ninguém é pelo que parece. Isso só reforça a impressão de que nosso comandante tem o time nas mãos e que grandes coisas podemos esperar não somente para este ano, mas quem sabe para alguns anos.

Espero sinceramente que nossa diretoria dê crédito e tempo de trabalho como anteriormente deram ao Adilson enquanto sua permanência foi possível dentro do clube.Espero que Marcelo Oliveira siga lembrando de seus bons tempos em campo e siga ostentando a 10 no espírito de comando da equipe e que muitos troféus levantemos nestes anos vindouros.

E espero que continuem acompanhando o Tiro-Livre aqui no Guerreiro dos Gramados!

Abraço a todos e até a próxima!

Foto: VipComm