Luxemburgo, respeitamos seu passado mas estamos sonhando com o futuro!


O nome de Vanderlei Luxemburgo está na história do Cruzeiro. Ele foi o comandante de um dos maiores times da história do clube e ele deve ser lembrado por isso. Um clube é feito principalmente de seus torcedores, e nós devemos então honrar o nosso passado respeitando aqueles que ajudaram a escrever algumas de suas páginas mais brilhantes.

O time de 2003 foi mágico, Luxemburgo, e seu nome deve permanecer intacto em nossa memória como de um treinador vitorioso e de qualidade. Agradecimentos à parte, estamos agora preocupados com as próximas páginas que estão sendo escritas. Sei que quem está com a caneta é o Gilvan, mas ele ter assinado seu nome de novo neste livro em pleno 2015 foi um erro tremendo, grosseiro, amador, pífio.

Os cientistas irão descobrir a cura da Aids, o Kinder Ovo voltará a custar um real, o PIB do Brasil volta a crescer mais de 5% ao ano, Luciano Huck deixa de ter um programa na Globo, o Fluminense paga as duas séries B, a torcida do Atlético-MG passa a do Cruzeiro, mas ninguém nunca vai entender o motivo de um presidente de um dos maiores clubes do mundo, ter trocado Marcelo Oliveira por Luxemburgo. Você trocaria uma Ferrari de 2014 por uma de 2003?

Ah, Gilvan… Você não sabe porque não tem autocrítica e conhecimento sobre futebol, mas a sua irresponsabilidade tirou a alegria de milhões. Eu poderia estar agora sonhando com o jogo do próximo domingo, planejando onde vou assisti-lo. Poderia já ter separado no orçamento do mês o dinheiro para o próximo jogo no Mineirão, contra o Palmeiras. A torcida já podia estar ensaiando uma nova música para embalar os jogadores na campanha do Brasileiro 2015.

Mas não, estamos todos revoltados por você ter transformado – parece que até mesmo propositalmente – um horizonte belo, como aquele da esplanada do Mineirão em ensolaradas tardes de domingo, em uma manhã cinza de uma segunda-feira em Vespasiano.

Já você, Luxa, que hoje tão bem combina com Gilvan – parecem até mesmo a segunda maior dupla de amigos no mundo do futebol mineiro (depois de você mesmo e um famoso colunista carioca que mora no Belvedere) – não sei se por preguiça, falta de humildade ou por uma simples desatualização, não é mais o mesmo. É, junto a Felipão, um retrato digno daquele 7 a 1.

Algumas coisas continuam as mesmas de sempre, mas o futebol, meu amigo, ele mudou… Se o treinador não percebeu, ficou pra trás. Luxa ficou, e muito. Hoje pode ser comparado a Joel Santana, Carpegiani, Dorival Júnior. Deu inúmeras provas palpáveis, vivas, concretas, imensas de tão visíveis, mas que Gilvan não quis ou não soube ver.

No fim, o Cruzeiro tem time para brigar por G4. Sim, e eu tenho certeza disso. Se não sabem, a nossa folha salarial é inclusive mais alta que a do líder do campeonato. Mas o mundo do futebol é cruel. Ninguém naquele clube merece mais do que a mediocridade desta atual realidade. Se a gente que está fora vê tudo assim, imagina quem está lá dentro. Tem algo de muito errado.

Eles já mereceram a glória de serem bicampeões brasileiros, precisam agora corrigir tudo que fizeram de errado – absolutamente quase tudo – para merecermos uma mudança na rota de nosso destino. Luxa’s, Tinoco’s, Barbosa’s e Benecy’s devem ficar para trás. A esperança precisa voltar para de onde nunca devia ter saído.

Por: Thalvanes Guimarães