Líder, mas trabalhar é preciso


Líder, mas trabalhar é preciso - Cruzeiro Esporte Clube - Fotos: Ulisses Job / Agência Lance

O Cruzeiro alcançou a liderança. Não sem antes complicar um jogo que tinha nas mãos e que teve a chance de matar em duas ou três oportunidades claras.

Ontem, contra o Criciúma, o final foi feliz, mas o time celeste, neste campeonato, já provou o sabor de jogar melhor, atacar mais e não vencer. Afinal, não foi isso que aconteceu contra o Fluminense?

Parece absurdo esta constatação, mas embora a Raposa tenha o melhor ataque do campeonato, com 25 gols, está na conclusão das jogadas o principal defeito do time. Contra o Criciúma, por exemplo, depois do primeiro gol, pelos menos outras três chances claras foram criadas. Todas, porém, mal aproveitadas.

Ao que parece, treinar finalização é palavra de ordem na Toca da Raposa. O próprio Marcelo Oliveira já demonstrou irritação com as oportunidades não transformadas em gols.

 Depois das críticas, os elogios.

O Cruzeiro não só é líder como tem futebol de líder. O time estrelado comporta-se bem defensivamente. É a segunda melhor defesa do campeonato (10 gols sofridos), atrás somente do Corinthians (-6 gols). Grande parte disso deve-se à chegada de Souza, que melhorou a proteção à zaga. Sem falar na visível melhora de Dedé e no desempenho irretocável de Bruno Rodrigo.

Na frente, embora precise melhorar na conclusão das jogadas, não se questiona a criação. Everton Ribeiro, com a saída de Diego Souza, passou a aparecer mais. É o principal articulador de jogadas da Raposa. Ricardo Goulart, por sua vez, é aquele jogador que pouco aparece para o jogo, mas de repente resolve a partida. Sem contar que taticamente funciona bem.

Enfim, o time estrelado está jogando futebol de gente grande. Tem tudo para brigar na ponta de cima da tabela até o final. Para isso, é preciso trabalho e concentração.

Pelo menos essa é a lição de 2003. “Não havia oba-oba após as vitórias. No dia seguinte, voltávamos aos treinamentos e éramos muito cobrados pelo Luxemburgo nos pontos em que fomos deficientes no jogo anterior. Essa foi a receita para vencermos”, disse-me Augusto Recife, em entrevista para o livro “20 Jogos Eternos do Cruzeiro”.

Que as lições de ontem sirvam para hoje. Só assim podemos ter um Natal azul no final do ano.