Libertadores é raça: estamos no caminho certo


Salve, China Azul!

Estamos a pouco menos de um mês para a estreia na competição mais importante (até então) que enfrentaremos nesta temporada, a Taça Libertadores da América. A conquista deste título é uma obsessão dos dirigentes, jogadores, comissão técnica e, principalmente, da torcida. Uma fórmula para atingir esse objetivo, infelizmente, não existe. Todavia, o passo mais importante a ser dado a fim de que nossas chances de conquista aumentem, é entoado, a plenos pulmões, pela torcida celeste, desde o ano passado. Não existe mistério: LIBERTADORES É RAÇA.

Sou um apreciador do futebol técnico, de muito toque de bola com velocidade, individualmente e coletivamente fortes. E é fácil, neste contexto, citar um time exatamente com essas características, perpetuado na mente e na história da torcida. Tenho certeza de que, daqui a alguns anos, contaremos histórias sobre como era bonito ver o Cruzeiro de 2013/2014 jogar. Porém, reconheço que, se tratando de Libertadores, ter tudo isso (na maioria das vezes) não é sinônimo de sucesso.

A relação desta competição com o coração, com a emoção, com a alma, enfim, com a raça, é algo digno de ser objeto de estudo. Não há nenhuma outra competição no mundo com toda essa carga sentimental envolvida. A técnica proporciona vitórias, a raça proporciona títulos. E ano após ano vemos favoritos na bola sucumbindo para times tecnicamente inferiores por motivos que, aos nossos olhos, parecem inexplicáveis, até uma observação um pouco mais criteriosa.

Falemos do próprio Cruzeiro de 2014 como exemplo. Se eu perguntar para qualquer torcedor qual foi o momento marcante da Libertadores da temporada passada, provavelmente, haveria uma divisão entre o indescritível jogo contra a Universidad do Chile, em Santiago, que nos garantiu chegar à última rodada da fase de grupos ainda com chances de classificação, e a heroica classificação sobre o Cerro Porteño, onde no primeiro jogo conseguimos um empate dentro de casa, aos 49 do segundo tempo, e no segundo fomos buscar a vitória, mesmo com um a menos, no Defensores del Chaco. A melhor exibição do Cruzeiro naquela competição é esquecida com relevante facilidade – ou alguém citaria a vitória sobre a La U, no Mineirão, por 5×1, com direito a show de Goulart?

Especificamente, nos dois jogos contra o Cerro, o Cruzeiro atuou muito abaixo do que se esperava. E time mais técnico na América, convenhamos, não havia. O próprio campeão da América era tecnicamente inferior, e mesmo assim conseguiu nos superar na fase de quartas-de-final. Em ambos os casos, o coração falou bem mais alto.

Nesse quesito, considero que a diretoria do clube entendeu do que precisava, e tem buscado reforços que entendem e sabem enfrentar essas situações com a frieza e a destreza necessárias. A alta quantidade de jogadores com experiência de Libertadores dos nossos vizinhos sul-americanos, explica bem esse ponto. Fora do Brasil, o aspecto emocional da competição é ainda mais valorizado. O perfil de quem, provavelmente, vai chegar para se integrar ao elenco nas próximas semanas, também carrega esse chamado “espírito de Libertadores”.

Como disse no princípio deste texto, não há uma receita e não é um padrão, mas é o primeiro passo, sem sombra de dúvidas. Embora seja um novo elenco, com novas características e ainda na busca do entrosamento, tem tudo para ser um elenco de muita raça, vibração e força. Para a conquista do Tri, não tenham dúvidas, isso será um grande diferencial.

E se Libertadores é raça, NÓS QUEREMOS A TAÇA!

Por: Pedro Henrique Paraíso (@Pedro_Paraiso)