Lateral esquerda: um setor sem problemas


Salve, China Azul!

A liberação de Egídio pelo Dnipro-UCR, por falta de pagamento de salários, fez uma boa parte da torcida do Cruzeiro querer o retorno do ex-camisa 6, antes do seu (provável) acerto com o Palmeiras. De antemão, já digo: não é nada do que precisamos. Além do mais, questiono: por que a volta?

Este texto não vem no intuito de reclamar do lateral esquerdo presente no bicampeonato brasileiro das duas últimas temporadas. Apesar de suas falhas de cobertura em alguns jogos, não podemos questionar a sua utilidade em momentos cruciais. Porém, creio que o nosso atual titular, Mena, tem se saído muito bem, fazendo o que um lateral deve, de fato, fazer.

Explico:

O futebol mudou muito em pouco tempo, e isto é notório. A compactação, por exemplo, é um conceito relativamente novo no futebol, introduzido mais drasticamente nos últimos 10 anos. Todos os times buscam-na, e pouquíssimos conseguem. Entrando no tema do texto, a função básica de alguns jogadores também mudou, particularmente diria evoluiu. Inclusive a função do lateral.

Primordialmente, a função do lateral é defender. Atacar se der. Lateral não tem que jogar de ponta, não tem que subir toda hora, não tem que ser alternativa constante de jogo. Tem que ser letal e eficiente quando subir. Lembrando que, principalmente, deve garantir consistência defensiva a todo o sistema.

Para o atual esquema celeste, admito, prefiro Mena. Ainda mais quando não temos um time consistente, bem formado, diferentemente do que tivemos nas últimas duas temporadas. Egídio era menos exigido, sempre ajudado por parte da recomposição; mesmo assim, sofreu em algumas partidas, principalmente em situações de contra-ataque.Em contraponto, por muitas vezes, o atual lateral esquerdo ficou em situações de mano a mano, devido a alguns ajustes a serem feitos ainda nessa temporada, e se saiu muito bem.

Quanto à ofensividade, não há dúvidas que Egídio possui um maior volume nesse aspecto. Entretanto, analisemos as duas últimas partidas de Mena, com a camisa celeste. O chileno subiu apenas duas vezes ao ataque, em duas partidas: contra o Mineros, fez a jogada do gol de Marquinhos; contra o América-MG, lançou na medida para Damião, que perdeu um gol feito. Duas idas ao ataque, duas chances claras criadas. A eficiência para um lateral continua essencial, e mais importante que a frequência.

A segurança de Mena na lateral contrasta com a insegurança que a formação celeste ainda mostra neste princípio de temporada. Quando o entrosamento estiver no nível 100%, tenho certeza, o chileno tende a evoluir ainda mais.

Saudações celestes!

Por: Pedro Henrique Paraíso


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