A justificável irregularidade do Cruzeiro em 2017


Foto: Washington Alves/ Light Press/ Cruzeiro.

Salve Nação!

Uma das situações mais comentadas no decorrer da temporada 2017 entre a torcida do Cruzeiro, é a irregularidade da equipe comandada por Mano Menezes. Com participação em cinco torneios oficiais até aqui, que já contabilizam a marca de 52 jogos, o Cruzeiro vem apresentado, desde meados do mês, dificuldades em emplacar uma série positiva de resultados e de boas apresentações.

Em sete meses de disputa, a equipe celeste conseguiu emplacar uma série de mais de três jogos com vitórias apenas uma vez, ainda no início da temporada, em meio à disputa do Campeonato Mineiro, Primeira Liga e Copa do Brasil. Depois, a equipe não repetiu o feito e só foi ter uma sequência duas vitórias seguidas em julho.

Pois bem, a situação descrita, no entanto, envolve muitas variáveis que devem ser analisadas antes de qualquer declaração que possa sugerir algum tipo de boicote e corpo mole dos jogadores ou má vontade por parte de Mano Menezes. Desde o início da temporada, o elenco nunca esteve completamente à disposição do treinador.

Peças consideradas titulares, figuraram e seguem figurando no Departamento Médico do clube com frequência. Atualmente, por exemplo, além de Ezequiel e Robinho, já em fase final de transição, Arrascaeta, Manoel, Ariel Cabral, Dedé, Élber, Hudson, que já foram titulares em algum momento da temporada, estão entregues aos trabalhos clínicos.

Outro fator a se destacar, é o intervalo entre as partidas.  Em 10 oportunidades na temporada, o Cruzeiro teve um intervalo entre as partidas de 5 ou mais dias; em 20 oportunidades, a equipe celeste entrou em campo em um intervalo de 4 dias; e em 22 duas oportunidades o Cruzeiro disputou partidas em menos de 3 dias.

A série ininterrupta de jogos também alterou a escalação da equipe, que só pôde ser repetida por Mano Menezes em nove oportunidades durante a temporada, sendo o setor defensivo o que mais passou por alterações seguido de meio-campo e ataque.

Os números apontam, visivelmente, para um desgaste físico natural do elenco, ocasionado pelo criminoso calendário de futebol no Brasil. Alguns questionamentos, porém, não podem passar ilesos. Em determinadas oportunidades, as vitórias não vieram por erros de finalização, posicionamento e marcação dentro de campo. Assim como, por erros de disposição tática, escalações e substituições de Mano Menezes.

O caminho para a regularidade, contudo, não é fácil e o Cruzeiro, mesmo em visível evolução, continua vivenciando os problemas de contusão que, um a um, são atropelados pela sequência de jogos. Nesta reta final, por exemplo, o elenco celeste, que possuí deficiências, voltará a ser colocado em cheque com a aproximação das finas da Copa do Brasil e com o afunilamento do Brasileirão, competições em que o Cruzeiro briga diretamente por título e vaga na Libertadores.

Creio que esperar e cobrar regularidade no atual cenário, é quase utópico. Nem Corinthians e Grêmio, responsáveis pelo futebol mais vistoso do Brasileirão têm conseguido manter a sequência de bons jogos e bons resultados. O que podemos cobrar, no entanto, é algo que não tem faltado aos jogadores do Cruzeiro: raça, vontade, garra e determinação.

Por: Simon Nascimento