Jornalismo Esportivo – Os limites para o respeito


Jornalismo Esportivo – Os limites para o respeito - Cruzeiro Esporte Clube

Salve Guerreiros! O tema escolhido para o texto é delicado. Mas peço a atenção de todos, pois espero que isso possa ajudá-los de alguma forma a entender um pouco desse mundo estranho do Jornalismo Esportivo. Curso Jornalismo e estou no 6º período. Como já disse em outros textos, depois que entrei para o curso, comecei a ver o futebol de outra forma.

Em um dos meus primeiros textos aqui no Guerreiro dos Gramados, abordei a questão de “por que o Cruzeiro incomoda tanta gente?”. A repercussão foi boa, mas ali fiz algo mais voltado para o lado torcedor. Agora, gostaria que vocês entendessem um pouco sobre o Jornalismo. Tenho certeza que os nove milhões de cruzeirenses sabem quanto o bom momento do Cruzeiro contrária a mídia brasileira (em especial Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro). A liderança nunca é aceita por comentaristas. Matérias são publicadas sem qualquer fundamento. Neste texto, vou explicar tudo isso usando um argumento: O código de ética do jornalismo.

Para qualquer profissão existem normas. E em um país como o Brasil, a maioria não segue essa norma. Abaixo você confere dois artigos do código de ética do Jornalismo que ilustram bem o atual momento da imprensa brasileira com o líder Cruzeiro.

1 – Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:

I – a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas.

II – a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público;

Os jornalistas não poderiam admitir, mas na verdade não querem impedir. Se tudo fosse da forma correta teríamos mais jogos do Cruzeiro às 16h no domingo e as quartas às 21h50. Mas não somos do Rio e isso não é tão viável economicamente falando para a televisão. Hoje não há o interesse público nas informações pautadas para o torcedor. Há o interesse político e financeiro, sem qualquer compromisso com a verdade.

No jornalismo esportivo brasileiro parece que é mais fácil fazer as coisas do jeito mais difícil. Todos sabem que o Cruzeiro está na liderança pelo fato de ter feito por merecer chegar até lá, sendo um time regular e que sabe administrar resultados. Mas preferem usar o pífio argumento de que o campeonato é fraco. Não seria mais ético reconhecer que o Cruzeiro é o melhor time do campeonato? Pelo jeito não. Deve ser mais fácil fazer matérias com títulos com ironias propositais ou apelar para um numerólogo, que prevê uma “reviravolta na liderança do Brasileiro”.

2- Capítulo III – Da responsabilidade profissional do jornalista

Art. 8º O jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu trabalho não tenha sido alterado por terceiros, caso em que a responsabilidade pela alteração será de seu autor.

Essa é o clássico exemplo da internet. O jornalista, o meio de comunicação que ele trabalha pode e deve se responsabilizar pelo conteúdo que é gerado. Mas parece que alguns se esquecem do que falaram, mudam de assunto e fogem da responsabilidade. Não é preciso citar nomes, mas o que mais temos no país são comentaristas que se acham os melhores do mundo, no entanto, não conseguem entender o próprio raciocínio.

Espero que o torcedor tenha entendido de alguma forma um pouco sobre o jornalismo. Gostaria que vocês entendessem que há uma regulamentação por trás da profissão, e muitas coisas que vocês assistem, leem, ouvem são amostras nítidas do desrespeito com o torcedor e com a profissão.