Jogada de classe


Há um tempo, o Cruzeiro era o time que carregava o jeitinho brasileiro de tocar a bola. Passes bonitos e rápidos estampavam o entrosamento da equipe, sobretudo, no meio de campo. Porém, a história mudou, e atualmente o nosso problema é exatamente a falta de todos esses elementos citados.

No início de 2011, Ronaldo Fenômeno havia dito que o Cruzeiro tinha o melhor futebol do país e comparou o time estrelado ao Barcelona, pela semelhante facilidade de trabalhar a bola com classe. O ex-técnico do Peñarol, Diego Aguirre, também havia feito a mesma comparação, destacando o entrosamento que existia na equipe mineira.

Aquele que um dia teve estas felizes comparações dos grandes mestres do futebol e de toda mídia, hoje sofre com falta de entrosamento e de jogadas ensaiadas. O Cruzeiro está com um futebol estranho. Nota-se uma ausência de êxito em cruzamentos e finalizações pela falta de diálogo e uma presença de jogadores rifando e isolando a bola, como uma tentativa de fazer gol.

Celso Roth não está sabendo administrar a equipe da maneira correta. Embora só quem esteja ali dentro saiba o que está acontecendo, com o decorrer das partidas dá para observar a carência de táticas criativas e de uma sintonia entre nossos guerreiros.

O Cruzeiro vai enfrentar nas próximas rodadas três grandes clubes. Primeiro o São Paulo, que há oito anos não conseguimos vencer no Brasileiro. Em seguida, pegaremos o Internacional, que conta com um forte elenco, sobretudo, de jogadores ofensivos. Por último, enfrentaremos o Grêmio, que é forte candidato ao título e não nos dará moleza.

O segredo para vencer ambas as equipes é a união daqueles que atuam pelo clube celeste e o uso da inteligência do treinador. Roth necessita por a mente para funcionar e fazer com que a equipe se una. Precisa usar a voz de comandante e criar jogadas interessantes, para trazer de volta o nosso futebol bonito.

Nossa característica de jogo precisa ser recuperada. Cabe ao técnico, juntamente com a colaboração de seus jogadores, lutar e treinar muito para que tudo isso retorne. Já que a diretoria não toma uma postura adequada e busca outro treinador para o Cruzeiro, o ”plano B” é cobrar da equipe e inclusive de Celso Roth. Entretanto, a torcida não só deve exigir vitórias, como também fazer sua parte nas arquibancadas, apoiando durante os 90 minutos.