Implicância sem limites


Salve Nação!

Começo meu texto hoje de uma forma diferente, citando uma importante fala do sempre consciente Paulo Bento, após a derrota vexatória contra o Atlético-PR. “Acreditem no nosso trabalho. Não há outra forma de passar pelas situações adversas. Vamos tentar, com esse mesmo trabalho, reverter os resultados, mas continuando a acreditar no processo.”

Tal declaração não precisava nem ser dita por Bento. Os insucessos sob seu comando foram quase todos da mesma maneira, com os atacantes perdendo inúmeras chances de forma bisonha e com a defesa entregando com mais agilidade que o Sedex. Se o time apresenta tantas falhas INDIVIDUAIS, como vocês ainda conseguem culpar o treinador? Sinceramente, essa implicância infantil com Paulo Bento é de uma burrice sem tamanho.

Na partida contra o Atlético-PR, por exemplo, o Cruzeiro até tomar o gol vinha fazendo uma partida consistente e dava mostras de que poderia golear o adversário. Willian, Sóbis e Arrascaeta fizeram questão de consagrar o goleiro Weverton, que só foi exigido mesmo por Robinho. Por outro lado, a defesa se mostrou instável durante toda a partida. Os erros de Bruno Rodrigo e Bruno Viana no segundo tempo nos lances de gol do rival, apenas serviram para “coroar” a apresentação tenebrosa da dupla.

Outra situação que tem gerado críticas ao treinador do Cruzeiro é em relação à presença de Allano no time do Cruzeiro. Mais uma implicância infantil! E não estou aqui para defender o indefensável. Allano é limitado e todos sabem, mas porque só ele é vaiado frequentemente? Willian com cinco gols na temporada e com um futebol de várzea não merecia represália maior que um reserva que só entrou em campo pelas várias ausências? Afinal, alguém acha que com Élber, Alisson e Rafinha disponíveis, Allano será ao menos cogitado? É óbvio que não.

Além das falhas individuais, o Cruzeiro hoje é um time desequilibrado psicologicamente. Basta tomar um gol e a bola parece queimar no pé dos jogadores, e aí não existe esquema tático que resolva. Eu ainda não consigo enxergar nenhum erro crasso no trabalho de Paulo Bento. Discordei de algumas substituições, mas não me lembro de nenhuma substituição feita por ele que tenha nos levado a um revés. A entrada de Gino, no último jogo, foi para evitar que a goleada ficasse ainda pior.

Acreditar no bom trabalho que vem sendo feito por Bento e aguardar a entrada de todos os reforços em campo é a saída mais acertada, embora não seja fácil. Cobrá-lo pelas falhas individuais de jogadores experientes e pelas inúmeras lesões que atrapalham a sequencia do trabalho, é covardia e implicância. Sigo acreditando no trabalho e repudiando quem pede Mano Menezes de volta. Nada contra o gaúcho, muito menos contra vocês, mas isso é prova de que alguns comem capim porque gostam.

Por: Simon Nascimento