Hora de se acalmar, momento de confiar


Apesar de um bom jogo da parte do Cruzeiro, a derrota foi inevitável. Mais uma vez, Muricy conseguiu explorar os nossos erros individuais, em duas bolas paradas: um pênalti bobo, convertido por Rogério Ceni, e uma cobrança de escanteio, em que Kardec apareceu sozinho dentro da pequena área.

Quem esperava um São Paulo incisivo e dominante, pressionando desde o início do jogo, se surpreendeu. O Cruzeiro teve mais posse de bola, controlou as ações e foi melhor até a saída de Lucas Silva, onde o time perdeu o meio-campo – substituição totalmente natural, já que a vantagem de 7 pontos permitia o risco.

Mas a derrota não foi injusta.

Na sua maneira de jogar, o adversário foi brilhante. Conseguiu anular as nossas principais armas, foi eficiente quando teve a chance de matar e, no final, apenas controlou a partida.

Depois de longos 107 dias, o sabor da derrota.

Porém nada mais que uma derrota.

A partida de ontem valeu três pontos, o mesmo valor da partida passada, contra o Bahia, e da próxima, contra o Atlético-PR.

Alguns vão falar em motivação, vão tentar levantar o São Paulo, se lembrar de campanhas de recuperação recentes do time paulista. Coisas de imprensa bairrista. Nosso papel principal como torcedor é não dar ouvidos, é não deixar que nada abale a sinergia time-torcida.

Os jogadores cruzeirenses estão tranquilos, nota-se pelas entrevistas. Não conformados por perder, mas acreditando na força de um trabalho. Trabalho este, amigos, que não se desfaz em uma derrota.

Para a torcida, peço um pouco de tranquilidade. Apesar de todo o respeito pelos nossos adversários, não precisamos temer ninguém. Eles é que nos temem! Não é por acaso que a maioria daqueles que jogaram contra nós, optaram por um sistema de jogo bem defensivo. Eles sabem do nosso poderio.

Se os adversários sabem, por que, hora ou outra, insistimos em duvidar?

Confio no trabalho de Marcelo Oliveira, e sei que ele vai ver muito o tape dessa partida, para analisar o que deu errado. E é pouca coisa. Um erro de posicionamento aqui, uma escolha de jogada melhor ali.

Em um campeonato tão equilibrado como o Brasileirão, perder pontos fora de casa contra uma equipe grande é algo natural. Vamos tratar de recuperá-los aonde nenhum time conseguiu, sequer, tirar algum ponto nosso. Com time e torcida jogando juntos, na nossa casa, a tendência é que continuem sem tirar.

A caminhada é longa, China Azul. Longa e complicada. Que isso nos permita abraçar, ainda mais, o time. Que o Mineirão esteja lotado na quarta. Que venham gols, comemoração, alegria.

Que sempre haja confiança.

Por: Pedro Henrique Paraiso