A hora da arrancada


Após o empate no Pacaembu já é possível identificar um Cruzeiro mais forte e capaz de sair rapidamente da incômoda briga contra o rebaixamento. Já deixo bem claro que não é hora de empolgar, por mais que tenhamos feito um belo jogo, dominado um dos líderes do campeonato e encarado o Corinthians com autoridade. Podemos inferir que a vitória não veio por causa dos erros da arbitragem, assim como é impossível não lembrar do desastre protagonizado por Sandro Meira Ricci, em 2010, que nos tirou um título brasileiro. Mas discutir o passado é tão inútil quanto eleger culpados a cada insucesso. É hora de seguir em frente.

A hora do Cruzeiro arrancar, tirar a cabeça (e o resto do corpo) da lama, é agora. Em três jogos sob o comando de Mano Menezes, o time mostra mais solidez defensiva e segue criando diversas ocasiões, esta última, herança do trabalho de Paulo Bento. O time celeste apresenta um belo futebol, algo que nossa posição na tabela não leva a crer. Encaramos, nas próximas cinco rodadas, Coritiba, Figueirense, Santa Cruz, América-MG e Botafogo. Cinco adversários diretos na luta contra a degola, sendo quatro jogos em Belo Horizonte.

Cenário mais favorável, impossível. Apenas o duelo contra o Figueirense exigirá uma viagem da equipe para Santa Catarina. Os outros quatro jogos denotam a possibilidade de jogar com o apoio da torcida e somar pontos vitais para que consigamos nos estabelecer em um lugar tranquilo na tabela. Não faço nenhuma prospecção no sentido de disputar o título ou vaga na Libertadores, são objetivos extremamente surreais. Mas fica a título de informação: estamos a 17 pontos do líder e a 15 do Flamengo, que fecha o G4. Equilíbrio que só um torneio tão nivelado como o Brasileirão proporciona.

Quando Rafael Sobis fala que na hora que o time embalar, será difícil segurar, ele pode até ter razão. Mas isso precisa ser mostrado em campo, não nas coletivas. Se conseguimos uma improvável (mas possível) arrancada com 5 vitórias nos confrontos diretos, tornamo-nos, seguramente, postulantes a vaga na Libertadores. Ou vocês acham que em 5 rodadas, times com 36 pontos não estarão por ali, rondando? Mano e os atletas precisam ter em mente a importância de se impor e crescer agora, assim como nós precisamos entender a necessidade de estar junto, apoiando. Estes resultados ditarão como será o nosso resto de 2016.

Sobre Mano, gostei muito dele ter deixado Ábila como titular frente ao Corinthians, relegando Willian ao banco. Mostra que o comandante pode estar fazendo uma boa gestão do grupo, sem favorecer seus ‘peixes’ da passagem anterior. Outros destaques: O próprio Ábila tem se mostrado uma ótima peça, com gols nas últimas duas rodadas, e o retorno de Manoel ao sistema defensivo fez todo o time crescer muito, inclusive Bruno Rodrigo. Portanto, tá liberado ser otimista no momento, mas sem o famigerado EMPOLGOU. Em campo é que tudo se resolve e, lá dentro, nossa perspectiva é boa. #ArrancaCruzeiro!

 Por: Emerson Araujo