Gigantes para a posteridade


Gigantes para a posteridade

A virada e consequente vitória do Cruzeiro sobre o Grêmio pela 35ª rodada do Brasileirão significa muito mais do que os 3 pontos obtidos ou a aproximação do bicampeonato nacional, tetra na contagem geral: foi a afirmação de que esse time ficará para sempre em nossa memória. E deu um bônus imenso na motivação para o jogo decisivo da Copa do Brasil, na próxima quarta-feira, frente ao rival.

Mas uma coisa de cada vez. O tamanho desse time atual do Cruzeiro nós só saberemos no futuro. Acredito que estejamos entrando de fato numa era mágica da equipe estrelada. Sob a batuta de um excepcional treinador, com a predisposição silenciosa e a liderança competente de um presidente e um diretor de futebol comprometidos com o clube, voltamos aos melhores dias. E no futuro, serão lembrados como figuras que recolocaram o sorriso no rosto dos cruzeirenses. Que estão fazendo jus à alcunha de clube combatido e jamais vencido.

Os gigantes para a posteridade, no entanto, têm nome e numeração às costas. Eu sei que daqui a 20 anos, vou olhar para uma camisa 17 do Cruzeiro e vou lembrar de um jogador bem específico. Baixinho, canhoto, tentando disfarçar uma iminente calvície e sem o menor pudor em deixar no chão quem vier pelo caminho. Everton Ribeiro é para mim o único craque de fato no time atual, e o grande expoente de uma geração que está rendendo muitos frutos e poderá nos trazer mais uma penca de alegrias em breve.

Se ficar discorrendo sobre cada um dos jogadores que eu realmente gostaria de dar um abraço, agradecer e pagar uma cerveja, esse texto se tornará um monólogo chato e dispendioso, repleto de bajulações. Mas o eterno soar da corneta, peculiar aos adeptos do time de azul, não me deixa render apenas elogios. Ainda faltam dois jogos para o fim da temporada e esses caras estão prestes a fazer algo tão inacreditável que talvez eles nem imaginem. Na história do clube e no coração dos torcedores, eles já estão. O que eles podem fazer é muito mais do que isso. Palavras não descrevem, mas todo cruzeirense entende. Sonha, vislumbra, tem certeza.

Estamos vendo uma das páginas mais heroicas e imortais da história do Cruzeiro Esporte Clube sendo escrita logo abaixo dos nossos narizes. Sei que o título brasileiro já será mais do que o suficiente para considerar essa uma temporada maravilhosa, mas nós queremos mais. Orgulhosamente, estarei no Mineirão nesses próximos dois jogos que decidem essa épica jornada, que pode se encerrar com duas conquistas e um 2014 memorável. Vemos-nos no domingo, comemoraremos pela eternidade.

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida! Nossa força!

Por: Emerson Araújo