Fora dos planos (Racing 4 x 2 Cruzeiro – Copa Libertadores fase de grupos 1ª rodada)


Salve, guerreiros!

Cabeça cheia nessa quarta-feira pós estreia da Raposa na Copa Libertadores. Levar um hat-trick em uma defesa que até então havia tomado apenas um gol… não parece ter muita explicação, aliás, podemos procurá-la em diversos fatores, como a perda de Fábio, Léo e Edilson na véspera do jogo. Podemos ainda procurar responsáveis nas falhas individuais e coletivas de vários atletas celestes. Entretanto, este que vos escreve não vai ficar olhando para trás. A derrota veio, e a única coisa a fazer é procurar lições para não permitir mais isso. Ainda temos 15 pontos para disputar nessa fase da competição. Lembrando que em 1997, também estreamos com derrota, além disso, perdemos os três primeiros confrontos, e buscamos a classificação nos três últimos. Não duvido da Raposa, e vou olhar o lado bom de uma derrota como a de ontem: não tem clima de oba-oba, de já ganhou. O revés desta terça é o cartão de visita da principal competição sul-americana. Demonstrou de forma bem didática que não será fácil e vai requerer muita, mas, muita luta mesmo.

O jogo

O Cruzeiro iniciou bem a partida, mas, levou o primeiro gol e sentiu o golpe. foi se ajustando e buscou o empate. Levou o segundo no final da primeira etapa o que foi uma ducha na reação. Erros foram cometidos em todos os setores celestes. Gols perdidos, falhas de marcação, enfim, isso explica a traulitada sofrida em Avellaneda. Juntar os cacos, recuperar o moral dos atletas e partir para cima dos adversários nos próximas rodadas.

Primeiro tempo

A Raposa nem parecia intimidada no início da partida. Propôs o jogo e assustou o Racing nos minutos iniciais, mesmo perdendo Fred por contusão aos seis minutos de partida. Mas o time da casa abriu o placar em jogada de bola parada. A posição do Atleta Martinez era muito duvidosa. O comentarista de arbitragem do canal que transmitia a partida foi categórico ao afirmar que havia condições para o finalizador. Em minha modesta opinião, o corpo dele estava projetado à frente na hora da cobrança, mas, bandeira não tem ‘replay’, não tem imagem congelada no momento do lance. O gol desmontou o ânimo do Cruzeiro, já abalado pelo sentimento de luto de um de nossos atletas. Demorou para voltar a partida, mas, quando se recuperou, empatou com De Arrascaeta e teve várias chances de virar o marcador. Sobis duas vezes, o próprio uruguaio com uma bola na trave, enfim, prevaleceu a velha máxima do “quem não faz leva”. A Raposa foi penalizada em uma jogada ensaiada com uma bobeira geral da defesa. Gol do Racing e fim de primeiro tempo.

Segundo tempo

No segundo tempo, Mano tentou resolver o time na conversa, não funcionou. O Cruzeiro não produzia as oportunidades que teve no primeiro tempo. Enquanto isso, atras, as bobeiras generalizadas da defesa foram permitindo o Racing construir seu placar. Em minha opinião, Mano demorou muito para mexer  no time, e quando mexeu, mexeu errado. Sim, De Arrascaeta não estava muito bem na partida, mas, é o tipo de atleta que em um lance desequilibra, ao contrário de Rafinha. Falando nele, alguém precisa avisar o artilheiro do Mineiro 2018 que Libertadores é outro nível. Não se pode acertar a trave com o gol escancarado daquele jeito. O segundo gol celeste que apagou um pouco o vexame veio em cobrança perfeita de falta de Robinho, mas, não foi suficiente para o Cruzeiro ter melhor sorte na estreia.

Agora começa de verdade o ano, então, voltam nossos Guerreiros de Ouro e Lata da partida. O melhor atleta em campo no desastre de ontem, foi Egídio. Pelas jogadas que construiu, pelo domínio e pela assistência precisa para o empate em 1 x 1. Eu poderia indicar Romero, mas, o lateral esquerdo venceu pela assistência. Romero foi um monstro, dos “hermanos”, foi o único que teve espírito de Libertadores. Egídio foi  mais consistente e fica com nosso Guerreiro de Ouro. Guerreiro de lata poderiam pertencer a vários atletas hoje, mas, pelo conjunto da obra, Manoel fica com a “honraria”.

Para quem gosta de futebol, foi um baita jogo, mas, para nós, torcedores celestes, fica a cabeça cheia. Nossa missão é empurrar esse time em nossos domínios, garantir os nove pontos em casa e o que vier fora, é lucro.

FICHA TÉCNICA
RACING 4 X 2 CRUZEIRO
Local: Presidente Perón (Buenos Aires – ARG)
Data-Hora: 27/02/2018 – 21h30
Árbitro: Wilmar Roldan (COL)
Auxiliares: Alexander Guzmán (COL) e Cristian de La Cruz (COL)
Público/renda:
Cartões amarelos: Lautaro Martinez, Saravia (RAC); Mancuello (CRU)
Cartões vermelhos: Saravia
Gols: Lautaro Martínez (13′, 44′, 1ºT/ 17′ 2ºT), Solari (31′ 2ºT); Arrascaeta (29’1ºT),  Robinho (24’2ºT)

RACING: Musso; Saravia, Donatti, Sigali, Soto; Nery Domínguez, Neri Cardozo, Zaracho (Solari, aos 28’/2ºT), Centurion (Cuadra, aos 41’/2ºT); Lautaro Martinez (Meli, aos 36’/2ºT), Lisandro Lopez. Técnico: Eduardo Coudet.

CRUZEIRO: Rafael; Lucas Romero, Manoel, Murilo, Egídio; Henrique, Ariel Cabral, Robinho (Mancuello, aos 35’/2ºT), De Arrascaeta (Thiago Neves, aos 19’/2ºT), Rafinha; Fred (Rafael Sobis, aos 7’/1T). Técnico: Mano Menezes.

Tudo isso justamente em semana de clássico contra o Atlético MG. É vencer ou vencer para recuperar o ânimo para a segunda rodada da Liberta. O jogo terá mando do Atlético, portanto, será realizado no estádio do seu tamanho, o Independência. Até lá, China Azul.

Guerreiro dos Gramados. Nossa torcida, nossa força!

Por: Álvaro Jr