Família x Gangues vestidos de torcedores


Família x Gangues vestidos de torcedores - Cruzeiro Esporte Clube

Salve Guerreiros! Ainda estou estarrecido com as imagens da selvageria e barbárie ocorridas no último domingo na partida entre Atlético-PR e Vasco da Gama pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Não consigo pensar em outra coisa que não sejam as cenas veiculadas pela transmissão em HD com riqueza de detalhes.

Ver um profissional como Luis Alberto, zagueiro do Atlético-PR com vinte anos de profissão, entregue às lágrimas pelo sentimento de impotência diante dos eventos testemunhados por ele e pelo resto do Brasil, foi muito decepcionante…

Ao mesmo tempo lembrei-me que a pouco mais de uma semana estava em Belo Horizonte para ocasião do jogo da taça, mas decidi não ficar para a festa programada após a partida e lhes digo amigos, graças a Deus! Ainda no taxi que me levava ao hotel, ouvi espantado em entrevista, Alexandre Mattos cancelando a festa em razão do confronto entre Máfia Azul e a Pavilhão.

Em ambos os casos, idosos, mulheres, crianças estavam no meio das respectivas confusões e uma imagem emblemática postada no Twitter por nosso companheiro de Guerreiro dos Gramados Rodrigo Corleone me chamou a atenção: Um pai abraçado com seu filho, sua mão estendida num gesto de tentar protegê-lo enquanto uma horda de torcedores paranaenses vinha em sua direção. Cabe a questão: Até quando essas situações mancharão a história do nosso futebol, considerado o melhor do mundo?

Responder essa pergunta não é nada fácil! As questões envolvidas são inúmeras: falta de educação e ou informação, criminalidade, certeza da impunidade são alguns desses fatores. Entretanto penso que o que mais “permite” essas situações ocorrerem seja mesmo o fato da Lei Penal no Brasil ser muito branda e cheia de brechas permitindo aos membros de gangues vestidos de torcedores se envolverem nas mais diversas situações de briga e voltarem tranquilamente para suas casas.

Questiono-me se a lei brasileira permite o uso das imagens para que esses bandidos sejam identificados, presos, julgados e condenados e não me refiro a penas alternativas, é cadeia mesmo! E quando eu digo questiono, falo porque não vejo isso acontecer. Sei que algumas pessoas irão levantar discussão sobre o sistema penitenciário brasileiro, se o brigão deveria ser colocado na mesma cela de um traficante, afinal “é apenas um torcedor que brigou no estádio” e quase matou outra pessoa! É um assassino! Deveria ser tratado como tal.

Mas, infelizmente as autoridades brasileiras apenas se mexem quando acontece com elas. Ruana era uma linda garotinha muito feliz que morava em minha cidade. Sua família, influente por essas bandas, tinha pessoas nos mais variados cargos entre prefeitura e câmara municipal. Havia uma reivindicação antiga da população para que o trevo da cidade por onde passa uma rodovia federal (BR 101) fosse transformado em rotatória, mas sem sucesso. Lembram-se da Ruana? Pois é, precisou que ela fosse atropelada no referido trevo para que as “autoridades” o fechassem, atendendo assim a antiga demanda da população. Será que nossas autoridades do alto de seus cargos públicos precisarão perder um ente querido em uma dessas brigas para rever e rápido, o assunto da impunidade? Espero que não.

Comecem já, não esperem a próxima. Analisem as imagens e imputem culpa àqueles que merecem a punição.

Que o estádio seja o lugar das famílias, do avô levar seu netinho. Das esposas acompanharem seus maridos, dos pais e dos filhos e que as novas gerações de torcedores cresçam assim, tendo o estádio de futebol como um templo sagrado para a família e para o futebol!

Saudações celestes