Ezequiel e Rafinha: o que esperar?


Entre as contratações realizadas pelo Cruzeiro neste meio de temporada, Rafael Sobis e Ramon Ábila se destacam muito, obviamente. Edimar, um ilustre desconhecido, já recebeu uma análise específica pelo nosso portal. Sobrou então falar sobre os dois últimos contratados: o meia-atacante Rafinha, de 32 anos, que estava no Al Shabab, e o lateral direito Ezequiel, 23, que atuava pelo Criciúma. O que esperar destes novos jogadores? Podem de fato se apresentar como reforços?

Rafinha é um jogador mais conhecido, por já estar na fase final da carreira e já ter conquistado relativo sucesso no futebol brasileiro. Formado na base da Portuguesa, destacou-se muito jovem e chamou a atenção do São Paulo. No Morumbi, ficou muito tempo sem ter chances reais, sendo constantemente emprestado. Foi assim no Santo André, Grêmio, São Caetano, Goiás e Paraná Clube. O bom trabalho no time paranaense o levou para um rival do estado, o Coritiba.

No Coxa as coisas caminharam muito bem para Rafinha. Em seu último ano de vínculo com o São Paulo, o jogador se achou de vez no alviverde paranaense, como um meia extremamente rápido, habilidoso e incisivo. Atormentou muitos laterais e volantes por aí, motivando o clube do Alto da Glória a lhe contratar em definitivo. Sob o comando de Marcelo Oliveira, seu futebol cresceu ainda mais. E quando o nosso antigo treinador chegou ao Cruzeiro, em 2013, sua contratação foi cogitada. Entretanto, o time paranaense não aceitou negociar, por já ter liberado Everton Ribeiro para a Toca. No meio do ano veio uma boa proposta do Al Shabab, da Arábia Saudita.

Após três anos completos no clube de Riade, Rafinha chega ao Cruzeiro como uma incógnita. Não sabemos como anda sua condição física, se evoluiu ou retrocedeu em sua evolução como jogador. Pela posição que joga e a excessiva dependência que temos no sempre lesionado Alisson, pode ser uma ótima alternativa. Mas sem otimismo exagerado. É uma aposta, como toda contratação é, no fim das contas. Se repetir o desempenho com a camisa do Coxa, estejamos certos de ter um reforço de qualidade. Mas como diria aquele poeta incompreendido, “vamos aguardar”.

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O outro contratado se enquadra na categoria “famoso quem?”. Ezequiel, lateral direito do Criciúma, 23 anos. Sem ter visto muito do jogador é impossível precisar. Mas, de fato, foi eleito o melhor lateral direito do último campeonato catarinense e fazia boa Série B pelo Criciúma. Atua em uma posição que temos problema desde 2014, com as recorrentes lesões de Ceará, Fabiano e Mayke e o baixo rendimento de Lucas. Chinelinho, aparentemente, o jogador não é. Já atuou em 34 partidas no ano, todas como titular e sem ser substituído nenhuma vez. Ótimos indicadores.

Falou-se que o jogador foi contratado a pedido da comissão técnica portuguesa, pela sua passagem pelo Sporting Braga em 2013. Duvido muito desta hipótese, considerando seu pouco tempo de permanência em terras lusitanas e o fato de desempenhar papel chave no Criciúma, desde o ano passado. Em 2014, esteve também emprestado ao Oeste, para ganhar experiência. Em sua coletiva, o jogador se atrapalhou um pouco com as palavras dando a entender que o Cruzeiro era um clube menor que o Criciúma. É óbvio que podemos creditar isso a algum nervosismo em frente às câmeras, até porquê nem o mais fanático torcedor carvoeiro vai afirmar que o time de Santa Catarina se equipara ao Maior de Minas.

Não vamos pegar no pé do garoto por isso, essas situações podem ocorrer com qualquer um. E acredito que possa sim ser uma boa adição no nosso plantel. Ter um nome forte não é e nunca foi garantia de nada. Vamos deixar Ezequiel jogar e provar se o desempenho em campo é bem melhor que sua desenvoltura com a imprensa. Com Rafinha, a situação é um pouco diferente. Ninguém contrata um jogador de 32 anos com muita paciência, ele precisará mostrar futebol rapidamente. Que ambos consigam se firmar, porquê o Cruzeiro precisa muito de todo tipo de ajuda neste momento difícil. E você, contenha sua corneta. Tudo o que não precisamos é de “novos Allanos”, sendo perseguidos e vaiados até quando não entram em campo. Vamos apoiar e criticar, racionalmente, sempre.