Estado de emergência


O Cruzeiro de Celso Roth foi queimando rápidas etapas lógicas. Primeiro, tentar arrumar a casa; depois, vencer e, talvez em último lugar, tentar convencer uma torcida exigente que sempre esteve acostumada a títulos, que a situação é de emergência. No início, foi ilusão, e rápida. Parecia que o comandante conseguiria dar um jeito, em pouco tempo, à estrutura herdada. Parecia, também, que a escola gaúcha daria grandes resultados, embora o time entrasse se defendendo e, numa jogada isolada, fizesse o gol da vitória. Parecia, finalmente, que os torcedores nem precisariam passar pela ‘situação de emergência’.

Mas, CR não conseguiu montar nunca uma coluna vertebral do time; mudou em todos os jogos a formação inicial – tanto que ninguém sabe como Cruzeiro jogará no próximo compromisso – teve que conviver com um preparo físico pífio que vem se arrastando há anos (os jogadores não aguentam os 90 minutos) e, por conta disso, com inúmeras lesões.

Este Cruzeiro do Dr. Gilvan no institucional e de Celso Roth no futebolístico não pode se distrair com o ‘responder à história’. O orgulho pela história deve ficar de lado se há pobreza. Não estou falando de pobreza econômica, falo de pobreza futebolística, de preparo físico, de falta de estádio, de comprometimento dos jogadores…

Sente-se que o desafio de Celso Roth é manter o último time, esse é ‘seu’ desafio. O desafio dos jogadores é fazer gols, sem eles não se ganham jogos.

O que resta para nós, torcedores, é tentar, por enésima vez, entender a situação de emergência, ajudar a encontrar os pontos que nos mantenham na categoria de elite. Depois, voltar a sonhar de novo, com Alex10, quem sabe.

Foto: VipComm