Era melhor ter ido…


…bater uma laje, almoçar com a família, ouvir mentiras do sogro, fazer compras no supermercado, capinar um lote, discutir relação com a namorada, assistir ao filme do Pelé. Qualquer uma dessas atividades acima teria sido muito mais interessante, proveitosa e satisfatória para os pouco mais de 35 mil cruzeirenses que compareceram ao Mineirão no último domingo. A matinê esportiva dominical, proposta bem atraente pelo horário, acabou em uma patética derrota do time celeste para a Chapecoense por 1 x 0, com gol do nosso ex-jogador (e pereba) Camilo. Roteiro de filme de terror.

A verdade é que o Cruzeiro continua com o mesmo futebol apresentado desde janeiro, quando o time foi desmanchado por Gilvan e seus Blue Caps. É chato ficar insistindo nessa tecla, mas não se faz uma boa omelete com ovos podres. O elenco é muito ruim, falta qualidade, o pé de obra é desqualificado. Nas últimas semanas, a direção trocou o treinador e conseguiu de cara vencer o Atlético-MG no Independência, algo que Marcelo não conseguia. A turma do oba-oba já entrou em êxtase pensando que o time era bom e ia brigar pelo título. A derrota deste domingo é só um beliscão, aquele que te faz acordar para a realidade.

Entre toda a ruindade do time cruzeirense, externada principalmente nas atuações bizarras de Marquinhos, Willian, Charles, Allano e Joel, um “jogador”, no entanto, conseguiu o troféu de pior em campo: a torcida. Que coisa bizarra o comportamento da torcida do Cruzeiro, vaiando os jogadores que escolhe como os piores. Longe de mim querer defender algum atleta, mas sempre os mesmos são hostilizados. E o goleiro que não faz uma defesa sequer? E o atacante do bigode que tem ridículos dois gols no ano e goza da titularidade absoluta do time mesmo sem produzir nada?

O time é ruim, mas não podemos nos conformar em apenas lutar para não cair. Enquanto as contratações não chegam é necessário experimentar gente nova e “correr o risco” de achar alguém que preste nesse mar de mediocridade. Sobre a pior em campo, a torcida, não vou me estender. O coro de uma torcida organizada do clube de ‘Volta Perrella’ foi a coisa mais nojenta que já vi no Mineirão. As vaias vieram na hora, por parte de “torcedores comuns”, aqueles que não recebem benefícios de ninguém e só querem ver o clube bem, vitorioso, como sua história exige.

Sem jogos de interesses, cruzeirenses. Lembrem-se daquela música, ‘amamos o Cruzeiro, é o que interessa”. Torçamos apenas por nosso clube e se for para mudar alguém na direção, que seja por gente nova, comprometida, honesta. Gilvan tem dado um show de incompetência em 2015, sendo arrogante, administrando mal o clube e legislando pura e simplesmente a favor do seu próprio ego. Mas cogitar um ex-dirigente que quase nos levou a Série B e constantemente tem sua idoneidade questionada, está longe de ser a solução.

Por: Emerson Araujo