Entre cruzeirenses de bancada (parte 2)


Vicintin,

Há um ano eu escrevia: “Da bancada você veio, para a bancada voltará. Agora resta você decidir como vai voltar: será o cara que ajudou a rebaixar o clube ou o cara que expôs os erros drásticos do Cruzeiro em um ano que nem chegou ao fim e já se deve esquecer?”

Hoje escrevo: Não volte pra bancada.

O “trabalho interno” prometido anteriormente foi muito bem feito esse ano. Menos estardalhaço, menos midiático, muito mais estável e convicto.

Não caímos. Nos reestruturamos internamente. Contratações pontuais. Montagem de um elenco unido e que pode culminar em um título muito importante.

Nada de um estagiário igual o Deivid no comando. A constante troca de técnico ano passado não se repetiu esse ano, mesmo com os ridículos resultados como a derrota para o Nacional e a derrota na final do Mineiro com Ábila no banco, essa permanência, com certeza, foi parte importante da trajetória do clube para culminar nesta final de Copa e em uma boa colocação no Brasileirão (eu mesmo era um dos torcedores que queria ver Mano fora).

Em entrevista recente o “Cara do Excel” foi meio que execrado por você (deve ter seus motivos). Klaus foi tido como um dos maiores acertos. Os resultados acabam por trazer a assertividade disso. As contas não estão lá essas maravilhas, o investimento foi alto demais para esse ano, mas uma Copa vale, não? Justifica tamanha disposição financeira. Thiago Neves, criticado demais no começo do ano por muitos ansiosinhos (a la Maurão), prova valer cada centavo pago por ele.

O elenco hoje conta com diversos valores da base e após muito tempo os cruzeirenses sentem firmeza em ter meninos jogando na sua equipe. Seja Murilo, Rafael ou Alisson, a base se destacando é mais uma prova do trabalho bem feito

Aquele projeto de ter um “bruto” à frente do clube não é um insucesso e sim o contrário. Seu trabalho é fundamental ao clube.

Estamos na véspera de uma final importantíssima, estou me arrumando para descer pro Mineirão para participar da festa pré jogo, mas tinha prometido a um amigo que faria esse texto e me pronunciaria de alguma forma para contrapor o texto de outrora.

Enfim, Bruno, não volte pra bancada. O Cruzeiro precisa de você de outra forma. Deixa que na bancada eu e mais outros milhares ficamos. Sendo campeões ou não, esse é meu voto (sem nenhum cunho político!).

Aquele abraço!

Por: Walter Seixas