Empate meio-amargo, liderança doce


Empate meio-amargo, liderança doce - Cruzeiro Esporte Clube - Fotos: Juliana Flister / Vipcomm

O cenário estava perfeito para uma vitória. Mineirão com bom público, Botafogo tropeçando no dia anterior, Coritiba sofrendo gol aos quatro minutos em casa, o que selaria sua derrota, Santos em crise técnica… Tudo parecia se encaixar para que o Cruzeiro vencesse e se distanciasse dos adversários diretos ao título.

Só parecia. Pois em campo, o time não correspondeu à expectativa dos mais de 27 mil pagantes que compareceram ao estádio. A escalação de Martinuccio não chegou a surpreender, já que durante a semana Marcelo Oliveira treinou bastante essa formação, embora tenha testado Lucca e Willian na posição.

Mas, assim como o restante do time, o argentino não conseguiu render o esperado. Na primeira etapa, o Cruzeiro abusou dos passes errados e não conseguiu encaixar lances de perigo contra a meta de Aranha. Nos comentários da narração, Bob Faria disse erradamente que a Raposa estava vacilando no último passe, o que não era o caso. Os erros foram constantes, e não só no último passe, na assistência para a finalização.

A melhor jogada do primeiro tempo foi do Santos, logo aos dois minutos. Em bola cruzada da esquerda, Henrique cabeceou no canto esquerdo e Fábio defendeu espalmando para o lado. Depois disso, o Cruzeiro equilibrou o jogo, mas sem levar grandes perigos ao gol adversário. O jogo truncado no meio-campo ficou ainda mais amarrado pela fraca atuação fraca do árbitro, que paralisava o jogo a todo momento para alertar os jogadores.

 No segundo tempo, as equipes voltaram sem alteração. O que mudou um pouco foi o comportamento em campo do time celeste, que passou a buscar mais as jogadas pelas laterais e a trocar passes com capricho. Mas Luan, muito acionado, estava em tarde infeliz e não conseguia encaixar as jogadas com Egídio, pela esquerda.

A torcida começou a demonstrar irritação na arquibancada. E com razão, pois aos 9 minutos o Santos quase marcou. Montillo, sempre vaiado, carregou pela direita e cruzou rasteiro para a área. Neilton preparava-se para empurrar para o gol quando o pé salvador de Mayke evitou que o Peixe abrisse o placar.

Descontente com o desempenho do time em campo, Marcelo Oliveira promoveu duas substituições. Trocou Vinícius Araújo por Borges e Martinuccio por Élber, que já era pedido pela torcida na arquibancada.

O time estrelado melhorou em movimentação com a entrada de Élber, que, porém, retornava de longo tempo parado e não conseguia dar sequência às jogadas de velocidade para cima da zaga santista. Com Borges como referência na área, o Cruzeiro também passou a ser mais perigoso. O experiente atacante tentou duas finalizações para o gol do ex-clube, ambas bem executadas, mas Aranha defendeu.

E foi em boa jogada tramada por Borges – com toque de cabeça, deixou Ricardo Goulart na cara do gol – que a Raposa quase abriu o placar aos 31 minutos, na jogada mais clara de gol na partida. Mas o herói do jogo contra o Criciúma não conseguiu se consagrar novamente, chutando fraco e fácil para Aranha.

De mais relevante, foi isso. A destacar do Cruzeiro, em campo, apenas o comportamento defensivo do time. Para variar, Fábio fez milagre. Dedé e Bruno Rodrigo mais uma vez foram bem. Fracos no apoio, Mayke e Egídio destacaram-se atrás, neutralizando boa parte das jogadas santistas pela ponta. Mas ninguém foi tão gigante como Nilton, que demonstrou por que faz falta quando não joga. Um leão de chácara!

Apesar do empate indigesto, o Cruzeiro segue líder. E isso, claro, é bom. Mas para um jogo que o cenário era todo azul para uma arrancada na tabela, fica o lamento de que o Corinthians venceu e está ainda mais próximo, a apenas quatro pontos.

É bom abrir os olhos com o alvinegro paulista.