Empate de dar “calos nos olhos”


Foto: Diario Catarinense
Se não foi a pior partida que eu já vi do Cruzeiro Esporte Clube, com certeza o empate de ontem contra o Avaí está no “top five”. Agora tem que vencer o Atlético-PR de qualquer jeito.


Após a importante – e sufocante – vitória de domingo contra o Internacional, a torcida do Cruzeiro ficou um pouco mais tranquila.

Foi só empatar com o virtualmente rebaixado Avaí para a agonia voltar – essa é a minha opinião e me desculpem se vocês não concordam.

Foto: Diario CatarinenseTirando Fábio, que foi o responsável direto pelo Cruzeiro não sofrer gols nas duas últimas partidas, praticamente ninguém se salvou ontem. Foi uma partida bisonha, horrorosa, ridícula, a prova definitiva que o nosso atual elenco é formado por um bando, uma corja, uma cambada de INCOMPETENTES.

Vítor é jogador de time pequeno, só não digo “de várzea” porque lá tem muita gente melhor que ele. Diego Renan não joga bem há mais de um ano, nunca vi errar tantos passes bobos. Marquinhos Paraná com a camisa 10 foi mais uma ofensa ao manto sagrado usado atualmente por Montillo e que um dia vestiu Tostão, Dirceu Lopes, Alex, e outros.

E o “ataque cardíaco”? Farías nem tocou na bola direito, achei que ele nem tinha entrado em campo. Wellington Paulista é especialista na arte de pegar o microfone e dizer que “quer uma chance no time”, mas nas partidas é um festival de lances bizarros, dignos de gargalhada. Anselmo Ramon entrou e, no pouco tempo que jogou, fez mais que todos os outros juntos.

A falta de qualidade do elenco é gritante, coisa de irritar mesmo, até acho que Vágner Mancini está “fazendo o que pode” com esta tropa de atletas ridículos. Mas ele teve culpa no resultado de ontem, sim senhor.

Primeiro, porque escalou Wellington Paulista que, no máximo, é um péssimo reserva. Ele pode até fazer um bom marketing com a torcida, visitar instituições de caridade, agradeço até hoje o cruzamento que ele fez no jogo contra o Internacional, mas isto tudo não serve para compensar o terrível jogador que ele é.

Segundo, porque só relacionou Roger como armador. Ou seja, se o “marido da Deborah Secco” estivesse mal na partida – o que aconteceu MAIS UMA VEZ ontem – não tinha nenhuma opção para colocar. E o garoto Élber, que não é o salvador da pátria, mas poderia ser ao menos uma alternativa de velocidade, nem ficou no banco.

Há muitas rodadas atrás venho dizendo com meus amigos, e não lembro se já escrevi sobre isto nas colunas anteriores, mas se o Cruzeiro não for rebaixado este ano, é porque AINDA existem quatro times piores que o nosso.

E digo AINDA porque as “projeções” da maioria dos torcedores – inclusive a minha – estão sofrendo grandes mudanças com os últimas resultados.

O Cruzeiro ainda depende dos seus próprios resultados, mas agora TEM QUE VENCER O ATLÉTICO-PR DE QUALQUER JEITO. Se empatar, mesmo vencendo o Ceará depois, abre a possibilidade dos paranaenses se salvarem na última rodada, quando recebem o rival Coritiba na Arena da Baixada.

O Ceará, além do confronto direto com o Cruzeiro, pega um desmotivado Grêmio fora de casa, e o Bahia praticamente salvo na última rodada. Os baianos podem inclusive “facilitar” as coisas para os cearenses, num esquema “vamos ajudar os irmãos nordestinos no final do ano”, e se vingar de 2003, quando o estrelar time de Alex enfiou um implacável 7×0 e rebaixou o Bahia.

Isto sem contar o América-MG, que está no tudo-ou-nada, pega o inconstante São Paulo fora de casa, o Atlético-PR em Sete Lagoas e o Atlético-GO em Goiás. Com o futebol mostrado atualmente, dá até para projetar vitórias nas duas últimas rodadas, então o jogo no Morumbi pode valer a improvável, mas não impossível, salvação…quem diria…

E não dá para esquecer o Atlético-MG, que se não vencer o Coritiba, enfrenta depois o Corinthians e o Botafogo, podendo ficar naquela zona perigosa entre os 40 e os 42 pontos, onde todo mundo pode chegar e um pode acabar derrubando o outro, inclusive no saldo de gols e no número de vitórias.

Se o time do Cruzeiro não está fazendo a sua parte dentro de campo, ainda resta à torcida cumprir o seu papel de comparecer na Arena do Jacaré, torcer e incentivar muito. Durante o jogo, o momento é de apoiar, acreditar, empurrar o time, para buscar os três pontos.

Peço até aos torcedores que, pelo menos durante os 90 minutos, não faça xingamentos nem vaias, mesmo quando elas forem merecidas (e tem muita gente que merece). Antes e depois do jogo, tudo bem, pode xingar, pode cobrar, pode reclamar, pode jogar pipoca nos jogadores, pode fazer todo o tipo de protesto, mas sem violência e não pode causar danos ao patrimônio dos outros.

Acaba logo 2011. Abraços a todos.

Nota final: o novo presidente eleito do Cruzeiro, Gilvan, está provando que é mesmo da “turma” do Zezé Perrella. Pelo menos, já está fazendo péssimos negócios, iguais aos dos últimos tempos. Primeiro, falou o que todo mundo já sabia – só não renovou com Fabrício porque o Cruzeiro ainda corre risco de rebaixamento. Segundo, aceitou liberar Kléber Gladiador e receber Gílson, lateral do Grêmio emprestado ao América-MG. Não renovar contrato de quem tem qualidade, e trazer jogadores de nível duvidoso para reforçar o elenco. E olha que o mandato de Gilvan nem começou oficialmente, hein???