E tudo deu errado…


Salve nação celeste! Infelizmente o adjetivo invicto não cabe mais ao nosso time nesta temporada. Perdemos o direito de usá-lo logo na competição mais importante do ano e esta derrota pode complicar o caminho do Cruzeiro nas próximas fases.  

No entanto, não é possível afirmar isso, já que isto dependerá dos resultados de todos os grupos. Fazendo minhas contas no Simulador da Globo a derrota de hoje empurra o Cruzeiro, que terminaria como sexto melhor primeiro, para um confronto com o San Martín do Peru nas oitavas, nas quartas enfrentaríamos Libertad do Paraguai ou Deportivo Táchira da Venezuela. Não é possível especular adversários das semi-finais, já que isto dependerá de quantos clubes de cada país chegarão até esta fase, já que a Conmebol não permite uma final entre clubes do mesmo país. 

Alguns times podem se classificar melhor que o Cruzeiro e ter vida mais difícil. Nas minhas contas, seria o caso do Grêmio, que passaria como 2º melhor primeiro. Nas oitavas, um adversário tranquilo, o Universitário do Peru, no entanto, a primeira pedreira viria nas quartas, enfrentando Palmeiras ou Universidad de Chile. Até o melhor primeiro que seria o Boca teria uma vida pior encarando o Defensor do Uruguai nas oitavas e os perigosos Estudiantes ou Chivas nas quartas. Como faltam muitos jogos, isto tudo ainda é muita especulação, mas prefiro a tabela que se desenhou para o Cruzeiro com a derrota de hoje do que decidir todos os confrontos em casa até o fim.

Mas indo ao jogo contra o Estudiantes é possível dizer que foi uma noite em que tudo deu errado. O atraso do ônibus do Cruzeiro não é desculpa para a derrota, mas é inegável que você chegar correndo ao estádio e mal ter tempo de aquecer faz diferença nos minutos iniciais de qulquer partida. O Estudiantes, mais concentrado no início do jogo, fez 1 a 0 logo aos 5 minutos de jogo, talvez aproveitando-se do fato do time do Cruzeiro ainda estar frio.

No entanto, o atraso só explicaria uma apatia nos minutos iniciais e esta se estendeu por todo o primeiro tempo. E, ao meu ver, a fraca atuação na primeira etapa se deu em função de uma escalação errada do técnico Adílson Batista. Antes que me considerem corneta, sou defensor do trabalho do treinador, mas Jonathan na esquerda e Magrão ligando o meio com o ataque, com Wellington Paulista isolado na frente, não dá. A postura do treinador foi arriscada, assim como já havia acontecido nas partidas fora de casa contra Potosí e Boca na Libertadores passada.

O Cruzeiro demonstrou hoje não saber atuar no campo do adversário e isso preocupa para o mata-mata. Faltou ao Cruzeiro a ousadia de entrar com dois homens no ataque e buscar surpreender o Estudiantes e a explicação pode ser que o Cruzeiro foi a Argentina em busca do empate. No entanto, infelizmente no futebol, quem joga para empatar normalmente perde. As mudanças acertadas de Adílson na segunda etapa, em especial a entrada de Bernardo no lugar de Jonathan, voltando Magrão para a lateral que é definitivamente o seu lugar, colocaram o Cruzeiro de volta na partida, mas a partir daí as duas desatenções da defesa que resultaram nos terceiro e quarto gols foram fatais em uma partida em que nem mesmo o regular Marquinhos Paraná esteve bem.

Por fim, é inegável o tanto que o Cruzeiro perde sem a presença de Kléber, Sorín, Thiago Ribeiro e até mesmo o criticado Wágner em campo. Não imagino que um resultado como este aconteceria se a escalação inicial fosse: Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Thiago Heleno e Sorín; Fabrício, Marquinhos Paraná, Ramires e Wágner, Kléber e Thiago Ribeiro. Os desfalques, sem sombra de dúvida, foram também um motivo que explica a derrota, embora seja necessário que o elenco assimile as ausências de titulares por lesão ou suspensão, comuns a qualquer equipe de futebol.

Agora é hora de voltar a atenção para o Campeonato Mineiro e buscar apagar esta atuação da memória e voltar a mostrar porque consideram a nossa equipe como uma das melhores do país e favoritas à conquista da Libertadores. Tropeços acontecem e ainda bem que este veio quando podia acontecer. É erguer a cabeça, resgatar o bom futebol e seguir firme na busca dos objetivos da temporada, sem perder tempo com lamentações. Ainda acho que estaremos em Abu Dhabi ao final do ano.