E o Brasil aplaude, de pé: abençoadamente, bicampeões


Não tem mais para onde correr. Os 19 adversários do Campeonato Brasileiro agora se resignam em olhar para o Cruzeiro e admitir que efetivamente, esses mineiros que vestem azul representam o melhor time do país. Pelo segundo ano consecutivo, campeões incontestáveis, jogando o melhor futebol e apresentando nomes que seguramente farão história no esporte bretão pela próxima década. Quando não deu na técnica, foi na raça. Quando o brilhantismo não resolvia, veio a força, a disposição, os gritos da torcida e finalmente, a coroação.

Campeão com um coração gigante, com pulmões de aço e pernas que contrariam a lógica. O Cruzeiro tem jogado demais em todos os aspectos imagináveis. Aplicando o futebol intenso de movimentação ofensiva, pressão na defesa adversária e domínio da posse de bola, era natural que houvesse alguma oscilação na temporada. Ela aconteceu, mas a verdade é que no momento mais instável, o Cruzeiro se igualou aos outros times. Deixou de apresentar a incrível superioridade do primeiro turno e fez um ou outro jogo medíocre. Sabe o que é o melhor nisso tudo? Se tornou apenas estatística. Nem nos dias menos inspirados, o Cruzeiro deixou de ser um time com DNA de campeão. E hoje, efetivamente, o é. Tetra do Brasileiro, sem choro nem vela.

Na verdade, até houve algum choro sim. De alegria, obviamente. Velas também, como parte do agradecimento. O torcedor cruzeirense sabe bem o que passou nos últimos anos. Após o título de 2003, ficou uma década no ostracismo, sofrendo calado e tendo apenas a supremacia estadual para se vangloriar. Muito pouco para quem nasceu para vencer e mostrar o quão gigante é para todo o mundo. O elenco idealizado e montado por Marcelo Oliveira, Alexandre Mattos e Gilvan de Pinho Tavares trouxe dois nacionais e pode angariar mais uma Copa do Brasil nesse ano. É um dos mais vitoriosos e inesquecíveis Cruzeiro’s da história. E acho que ainda tem muito mais para conquistar.

Nesses momentos de comemoração a euforia toma conta e a chuva sem tréguas no domingo parece ter deixado uma mensagem clara para todos: ainda falta um jogo para o ano mais memorável de suas vidas. E toda a comemoração vem acompanhada por uma tensão extra, característica das vésperas de grandes decisões. Independentemente do que acontecer na quarta-feira, no nosso Mineirão, esse time já está na história e provou que honra a camisa como poucos. A Deus, toda glória. Aos cruzeirenses, toda a fé. Somos campeões, não se esqueça.

Por: Emerson Araújo