É inaceitável parar no América


O Cruzeiro enfrenta o América-MG precisando da vitória por dois gols de diferença para alcançar a decisão do Campeonato Mineiro. E sejamos sinceros: caso não consigamos o intento na semifinal, o título já tem dono. A história mostra bem como o América se agiganta frente ao time celeste e joga como um varzeano quando enfrenta o nosso rival alvinegro. Portanto, além do nosso óbvio objetivo de conquistar o título, necessitamos do triunfo também como uma forma de evitar a conquista do nosso maior adversário local. Por isso e por outras, é inaceitável parar no América.

Não estou pedindo nenhum milagre. Estou apenas afirmando que o Cruzeiro precisa valer seu tamanho e conquistar o resultado necessário contra um adversário acostumado ao meretrício em decisões estaduais. Apenas um exemplo recente: em 2012 o Cruzeiro de Vagner Mancini parou no Coelho na mesma fase semifinal. Após perder o primeiro jogo por 3×2, conseguindo marcar dois gols no fim, o jogo de volta pedia uma vitória simples. Perdemos novamente, por 2×1, com direito a pênalti perdido por Wellington Paulista (não só o pênalti, ele isolou o rebote também). E na decisão, precisa falar que o time verde e preto entregou a taça batendo palma para o hospedeiro do Horto?

Quem comparecer ao Mineirão amanhã, precisa esquecer quem é o nosso treinador (se é que isso é possível). Deivid é fraco, não é técnico nem aqui e nem na China, mas quem estará em campo é o Cruzeiro. Não existe isso de que uma eliminação pode ser boa para causar sua demissão. Dessa diretoria sem pulso pode-se esperar qualquer coisa, inclusive a manutenção desse cidadão no comando. É hora de alcançar esse triunfo por dois gols, seja na bola, na marra, na raça, a fórceps… Seja como for. Nosso plantel tem qualidade suficiente para conquistar esse objetivo e qualquer desfecho que não seja a classificação celeste, merecerá revisões profundas em todo o departamento de futebol.

Não, a análise não é apenas pelo resultado. Mas este é a única coisa que, até então, dava algum respaldo para “Deividiola”. O futebol é pobre, a defesa não inspira nenhuma segurança, o ataque é bizarro e a única coisa que fica como legado deste time é um toque de bola asqueroso e improdutivo, que faz até o mais paciente dos torcedores pensar em se atirar no fosso. Sobre a ausência de um lateral direito de ofício, é a oportunidade para tentar um improviso do Henrique no setor, visto que o camisa 8 não vai jogar pior do que já tem feito como volante. Com Romero e Ariel como volantes, Élber, Arrascaeta e Alisson na armação para ver o que Rafael Silva faz no ataque. Nem vou comentar a possibilidade levantada por Deivid de usar 3 zagueiros…

Que o Cruzeiro largue mão desse estilo infeliz de jogar e seja vertical, objetivo, mortal em suas investidas. Nós estamos tendo paciência demais nos últimos tempos, não é hora de ninguém nos pedir isso. É hora de contrapartida, resultados, agradecimento e resposta positiva ao apoio desprendido das arquibancadas a cada quarta e domingo. Eu quero ver o Cruzeiro jogar com raça, não apenas para vencer, mas para convencer, golear, arrebentar. Colocar o América em seu devido lugar e avançar confiante para a conquista do estadual. #FechadoComOCruzeiro