É hora de experimentar


Passou batido para muita gente devido à nossa vitória sobre a Caldense pelo Mineiro, por 1 a 0, mas o Cruzeiro está eliminado da Primeira Liga. Devido ao empate sem gols no clássico Grenal, os times gaúchos atingiram os 5 pontos em seu grupo, impedindo que o time celeste (que só pode chegar a 4 pontos) tenha qualquer possibilidade de qualificação no certame. Seja qual for o resultado do nosso próximo jogo, quarta-feira, contra o Atlético-PR, nada mudará a nível de competição. Mas Deivid pode usar o jogo como mais do que um amistoso, colocando em campo gente que chegou cercada de expectativa e ainda não teve oportunidade.

Não vou usar esse texto para reafirmar as evidentes limitações do time que tem sido mandado a campo na atual temporada. Vou deixar as críticas costumeiras para outro dia, mas sugiro que o nosso treinador aproveite bem a ocasião que infelizmente se desenhou devido as falhas defensivas do jogo contra o Fluminense. Quando uma instituição da dimensão do Cruzeiro entra em um campeonato, espera-se sempre que lute pelo título. Quando ocorre uma exclusão prematura, o sentimento de que o trabalho não vai bem fica evidente. Vamos pensar além do placar.

Não se trata necessariamente de poupar jogadores, visto que não estamos passando por uma maratona. Mas os atletas precisam adquirir ritmo para estarem aptos a jogar quando necessário, mesmo aqueles que não constam no 11 inicial de preferência do treinador. E pelo tamanho do elenco que temos a disposição, dá pra pensar em um time completamente modificado e que não me parece perder muito em qualidade para o atual. E até para ajudar a aliviar a pressão sobre o atual comandante pode ser uma ótima situação. Afinal, com o time modificado e tentando algo novo, é comum que a torcida tenha um pouco mais de boa vontade.

Façamos um exercício mental simples: se o Cruzeiro for a campo com Rafael; Mayke, Léo (Fabrício Bruno), Bruno Viana, Fabrício (Allano); Uillian Correia, Gino (Bruno Ramires), Marciel; Pisano, Elber (Nazário) e Douglas Coutinho (Rafael Silva), teria menos chance de vitória do que o atual time que vem jogando? Não sei. Talvez tenha ainda mais problemas pela falta de entrosamento, mas só podemos saber, com certeza, experimentando. E Deivid ainda “corre o risco”, de achar alternativas para o time titular, jogadores com características diferentes que possam ser úteis para melhorar esse pouco dinâmico Cruzeiro versão 2016.

A palavra do momento é coragem. Se ficar com medo de testar, não vencer e perder o emprego, vai durar ainda menos no cargo. Ousadia, comandante.

Por: Emerson Araujo