E então, custa ter um pouco de paciência?


Saudações, China Azul!

Uma atuação segura e convincente. Assim eu classificaria a vitória do Cruzeiro sobre a equipe do Atlético-MG, ontem, pelo Campeonato Mineiro. A equipe celeste, em notória evolução, precisa de apenas um empate para assegurar, matematicamente, a liderança na primeira fase, restando ainda seis pontos a serem disputados. Pois é… Quem diria?

No início do mês, ainda quando a apreensão ainda era geral na torcida celeste acerca do rendimento do Cruzeiro sob o comando de Deivid, escrevi, neste espaço, algo que foi visto para muitos como uma “tentativa de defender o indefensável”.  No texto de título “Olhando o copo meio cheio”, tentei ressaltar as boas características que o Cruzeiro de Deivid apresentava. Deixei bem claro que também não estava plenamente satisfeito com o rendimento, porém procurei focar naquilo que estava dando certo.

Resultado: discordância geral. A maioria preferiu insistir nas críticas extremas a um trabalho que está apenas no seu princípio. Aqueles mesmos que acham que vencer o Campeonato Mineiro não é parâmetro para definir o sucesso de um trabalho, definem que não vencê-lo pode determinar um completo fracasso. Será?

Na partida de ontem, vimos uma equipe completamente ciente do que deveria ser feito em campo. Tamanha aplicação tática, adicionada às individualidades, que apareceram aos montes, compuseram uma perfeita sinfonia no gramado do Independência. Allano foi o responsável por auxiliar Sánchez Miño do lado esquerdo e cumpriu muito bem o seu papel. Além de ganhar força de recomposição, o Cruzeiro não perdeu a velocidade nos contra-ataques. Élber, ao contrário do que se esperava, não jogou apenas aberto pelo lado direito, mas teve a liberdade de se movimentar por todo o ataque, claramente fazendo a função de Arrascaeta. O meio-campo celeste conseguiu destruir bem e soube dosar intensidade com cautela na medida certa. Ao contrário do que era dito antes da partida, Deivid provou que acertou nas mudanças propostas e merece crédito por isso.

Além da aplicação tática, como dito anteriormente, muitos dos jogadores celestes fizeram a sua melhor partida no ano. Fábio, voltou a demonstrar segurança e fazer grandes defesas; Fabiano e Sánchez Miño foram firmes e fecharam muito bem o sistema defensivo; Bruno Rodrigo e Manoel foram gigantes na defesa, tanto pelo chão, quanto pelo alto; o meio-campo, com Henrique, Romero e Cabral foi eficiente na contenção e na distribuição de jogo; Rafael Silva foi lutador e já se coloca, no atual momento, como principal atacante celeste neste início de temporada, apesar de ser a contratação que sofreu mais questionamentos.

A evolução não é só tática, mas é técnica. Claro que ainda há muito chão a ser percorrido, mas eu insisto em dizer que estamos no caminho certo. Deivid dá mostras de que, realmente, conhece o elenco que tem, e os jogadores se mostram plenamente confortáveis em seguir as orientações do comandante. Após trabalhar sob pressão durante muitas semanas, o treinador celeste, enfim, terá alguns dias de sossego.

Torcedor celeste, é necessário que haja paciência nas avaliações, tanto para o bem, quanto para o mal. Deivid, apesar de pouco experiente, demonstra conhecimento e vontade de trabalhar. Até então, ele merece o nosso apoio.

Ou, pelo menos, merece sossego.

Por: Pedro Henrique Paraíso