Dossiê Fábio 2008: Fábio entra para o grupo dos melhores goleiros do país


O ano de 2008 começou com Adilson Batista no comando técnico da equipe celeste e iniciou também uma era de grande ascensão para Fábio, que se tornaria titular incontestável.

O Cruzeiro começou bem o Campeonato Mineiro, disputando paralelamente a Copa Libertadores da América, competição em que havia passado da primeira fase, também conhecida como Pré-Libertadores, ao vencer o paraguaio Cerro Porteño em partidas de ida e volta.

Como de costume, o time celeste fez uma boa primeira fase do campeonato estadual e terminou em primeiro lugar na tabela de classificação. Passou pela semifinal diante do Ituiutaba (atual Boa Esporte), time do interior mineiro e, novamente, fez a final do estadual contra o arquirrival Atlético-MG.

Ao contrário de 2007, porém, esta final foi a redenção do elenco celeste, e também do goleiro Fábio. A primeira partida terminou com uma sonora goleada de 5 a 0 para o Cruzeiro, deixando o time praticamente com a mão na taça. No segundo jogo, sem muito esforço, o Cruzeiro fez 1 a 0 e segurou a larga vantagem. Fábio, por sua vez, conquistou seu segundo título estadual com a camisa do Cruzeiro.

Na Libertadores, o Cruzeiro vinha bem, até enfrentar na última rodada da fase de grupos o modesto Real Potosí. O time boliviano surpreendeu e contou com a altitude para vencer a Raposa por 5 a 1, na maior goleada sofrida pelo time na em jogos pela Libertadores.

O placar elástico definiu o adversário do Cruzeiro nas oitavas-de-final da competição: o então campeão do torneio e sempre perigoso Boca Juniors. O primeiro jogo no estádio La Bombonera e terminou em 2 a 1 para os xeneizes, mas nesta partida Fábio foi muito elogiado após grandes defesas que impediram uma goleada dos argentinos. No jogo de volta, uma vitória simples levaria a Raposa às quartas-de-final, mas o experiente time de Buenos Aires venceu também no Mineirão, pelo mesmo placar (2 a 1) e sepultou o sonho do tricampeonato do Cruzeiro. Apesar disso, Fábio foi um dos poucos poupados de culpa pela eliminação.

Deu-se inicio ao Campeonato Brasileiro e o Cruzeiro manteve o técnico Adilson Batista, que fez um ótimo início na competição (chegou a ficar na liderança nas 3ª e 4ª rodadas). O time fez um campeonato regular, figurando sempre no topo da tabela, disputando o título com Grêmio e São Paulo durante boa parte do torneio. Entretanto, levou desvantagem no confronto direto com os paulistas, empatando em casa e perdendo fora, permitindo que gaúchos e paulistas polarizassem a disputa pela taça.

Ao longo do campeonato, Fábio fez alguns jogos marcantes, entre eles o clássico  do 2º turno que o Cruzeiro venceu e chegou à vice-liderança, na 30ª rodada. A vitória sobre o Atlético-MG por 2 a 0, com boa atuação do arqueiro, gerou grandes elogios ao goleiro. Mas no jogo seguinte, o time voltou a se distanciar da briga pelo título, após uma derrota para o Atlético-PR por 1 a 0 em Curitiba, com falha do goleiro no lance do gol de Rafael Moura, o que aumentou o número de críticos que diziam que Fábio não ia bem em jogos decisivos.

De fato, o time celeste não foi bem nos jogos finais do campeonato e, após o referido clássico, a equipe foi instável e entrou em um “perde e ganha”, tendo apenas 50% de aproveitamento até o final do Campeonato, bastante inferior aos 61,1% obtidos nas 30 primeiras rodadas.

O Brasileiro terminou com o Cruzeiro na 3ª posição, classificado para a Libertadores pelo 2º ano seguido, tendo marcado 59 gols e sofrido apenas 44, sendo assim a terceira defesa menos vazada da competição, apesar das duras criticas a zaga celeste ao longo do ano.

Pênaltis: Nesse ano o goleiro celeste fez sua 3ª defesa de pênalti pelo Cruzeiro, defendendo a cobrança do atacante Nilmar, do Internacional, ajudando assim a Raposa na vitória por 2 a 0, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro.

Títulos: Campeonato Mineiro.

Premiações: O goleiro recebeu as premiações de “Melhor Goleiro do Ano” do Troféu Guará, “Melhor Goleiro do Ano” e “Melhor Jogador do Ano” do Troféu Telê Santana e “Melhor Goleiro do Ano” do Troféu Globo Minas. Foi o melhor ano do goleiro até então no prêmio “Bola de Prata” da Revista Placar (Editora Abril)  em parceria com a emissora de televisão ESPN Brasil, ficando em 3º lugar com nota média de 6,15 em 38 jogos (participou de todos) – o campeão foi outra vez Rogério Ceni (São Paulo), vencendo a premiação com nota média de 6,21.

Opinião: “O maior exemplo da trajetória de Fábio no Cruzeiro pode ser seu maior algoz. Rogério Ceni. A tragetoria de Rogério no São Paulo tem pontos baixos, assim como Fábio no Cruzeiro. Rogério era questionado, falhava constantemente, chegou até a supostamente inventar um contrato de transferência para o Arsenal. Muitos são paulinos creditavam a ele a seca de títulos do tricolor.

Dez anos depois de ter assumido a meta do Sao Paulo Rogério Ceni virou unanimidade ao conquistar a libertadores. A história a partir daí todos já sabem. Rogério virou “M1to”.Fábio precisa de um título para virar um dos grandes nomes na história do Cruzeiro. Já pensou se ele conquista aquela Libertadores de 2009?

“Eu acredito no Fábio!” (Pedro Rocha, jornalista e apresentador da emissora Esporte Interativo).