Um vice desliGADO


Quando anunciado como novo vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin causou uma catarse entre boa parte da torcida cruzeirense. A maioria acreditando que o clube tomaria o caminho certo, após as contratações desastrosas realizadas pelos três patetas, Gilvan, Valdir e Benecy. Com a também chegada do diretor de futebol Thiago Scuro, acreditava-se que a partir de então as coisas seriam mais profissionais e transparentes. Com vivência no clube, passagem pelas categorias de base e muita popularidade na rede social Twitter, o novo vice ganhou até matéria do Globoesporte.com com o título ‘Pescador, torcedor e empresário: o perfil do vice de futebol do Cruzeiro’, quase uma versão masculina da famigerada matéria da Veja ‘Bela, recatada e do lar’. A imprensa abusa nessas reportagens biográficas.

Pois bem, quase um ano se passou e o resultado apresentado foi pequeno, ou nulo. O time demonstra muitos problemas, o plantel é deficiente, a torcida cobra e o homem… SOME. Mas isso é uma novidade, sua ação no cargo não começou desse modo. Ele aparecia em todas as coletivas, solícito, falador… Isso porquê o time estava muito bem, obrigado. Sob o comando de Mano Menezes, a equipe conseguia recuperação no campeonato e todos pareciam empolgados com uma nova era. Mas, no fim de 2015, o treinador foi embora e o que se vê são ações ‘benecyanas’ por todo lado. Contratação de jogador porquê o presidente gosta (Rafael Silva), contratações que até agora ninguém entendeu (Bruno Nazário), jogadores que vem e são muito pouco utilizados (Pisano, Marciel)… A tão falada análise de desempenho só existiu no discurso.

Não, não digo de forma alguma que Vicintin é uma espécie de Tinoco rejuvenescido. Acredito que ele seja um cara bem intencionado e que torça de fato para o nosso Cruzeiro. Entretanto, ele representa muita coisa e ocupa um cargo essencial para a formação de um time forte. E na última semana, após a vitória no clássico, o sujeito me aparece pra fazer gracinha no Twitter, jogando pra galera. Isso se chama populismo e é uma das coisas mais ridículas para um diretor que se preze. Lembra muito o modo de agir do nosso ex-presidente Zezé Perrella (apenas nesse aspecto, não sei nada de helicópteros da alegria por parte de Vicintin). Somos uma instituição séria, não podemos deixar esse tipo de comportamento se proliferar. E o fato de ser um cara que saiu da arquibancada para o clube não lhe dá salvo conduto algum: apenas mais responsabilidade.

Ainda há tempo para que as coisas voltem aos eixos. Considero a aposta em Paulo Bento muito acertada, é um treinador competente e que pode realizar um grande trabalho, o que mostra que Vicintin também tem méritos. Mas vale ressaltar, demoraram 3 semanas esperando outros nomes e perderam um tempo valioso que o português poderia ter usado para treinar e acertar o time. Apenas para esclarecimento, a imagem postada provavelmente é uma montagem, eu sei. Evitem mais uma lamentável nota oficial do clube, desta vez afirmando que o nosso diretor é vegano, não curte animais, ou qualquer bizarrice do tipo. Após a sondagem por WhatsApp (isso é motivo para outro texto), nada surpreende.

O tão falado dia 20 de junho se aproxima e queremos ver quem serão as supostas contratações a serem anunciadas. Afinal, foi a direção que vendeu a ideia de que grandes jogadores chegariam nessa data mágica. E por fim, uma reflexão: não é com nelores, tweets, chuletas e populismo que se faz futebol, Bruno Vicintin. Para um torcedor que recebeu uma chance de trabalhar na diretoria do maior clube de Minas Gerais, só resta uma constatação: o senhor é uma imensa decepção.

Por: Emerson Araujo