Despedida de Marcelo Ramos, O Flecha Azul


Vi Marcelo Ramos! Vi um dos maiores artilheiros do Brasil nos anos de 1990 ganhar a fama de goleador jogando no meu Cruzeiro. Vi a história de um ídolo começar em 1995, com os títulos da Copa Ouro e da Copa Máster da Supercopa.

Vi um matador ser campeão e artilheiro do Campeonato Mineiro em 1996. E vi também o gol do título da Copa do Brasil daquele ano, em cima do Palmeiras, em pleno Palestra Itália. O gol que calou o Brasil e fez o Cruzeiro ir ainda mais longe no ano seguinte.

Vi o Flecha Azul ir embora em 1996 para depois voltar em 1997, como um messias, que se juntava a uma legião de heróis desacreditados por um início ruim na Libertadores.

Vi o gol que fez 132.834 GUERREIROS abalarem as estruturas do Mineirão na final do campeonato estadual.

Vi os quatro gols do artilheiro da Libertadores de 1997. Cheguei a gritar “gol” quando no fim do jogo contra o Sporting Cristal a bola, caprichosamente, insistiu em tocar o lado errado da rede, depois de um chapéu no goleiro, mas vi que não precisava. Não precisava dessa vez, mas em muitas vezes quando precisamos de um golzinho salvador ele estava lá.

Acostumei-me a vê-lo. Vê-lo presenteando a torcida mais vitoriosa da década de 1990 e que começou o novo século comemorando seus gols que trouxeram títulos e marcaram a história

Vi o Marcelo Ramos ir embora mais uma vez em 2000, e o vi mais uma vez voltar em 2001. Vi o ídolo de longa data se juntar aos novos ídolos. Vi participar (ainda que pouquinho) do maior Cruzeiro que já vi, em 2003.

Vi, com felicidade, o ídolo recebendo um passe de calcanhar magistral de Alex para marcar de chapa e enterrar o rival em uma virada histórica. Vi como a genialidade pode ficar ainda mais linda quando se encaixa com a simplicidade.

O vi em muitos títulos, e o vi fazendo muitos gols. Foram 162 com a camisa azul.
Vi gols marcados com a perna direita, com a esquerda, gols de cabeça, gols de falta, gols de pênalti. Vi gols importantes, outros, nem tanto. Vi gols que viraram o jogo. Vi gols que ganharam campeonatos, outros que mereciam um título.

Um dia o vi indo embora mais uma vez. Fiquei esperando ele voltar. Era o normal. Sempre ia, mas sempre voltava com muitos gols na bagagem.
Vi a história ser escrita pelos pés dele, mas o final da história ainda está em branco. Faltou um desfecho.

E quem não viu?

Todo Cruzeirense merecia ver tudo que vi esse cara fazer pelo Cruzeiro. Uma história tão bonita merece um final feliz. Quero ver o artilheiro mais uma vez com a camisa estrelada.

Quero que os que não o viram, o vejam. Sim, sei que nem todos vão ver tudo o que vi. Todos os gols e toda a história não podem ser contados em apenas 90 minutos (ou menos, provavelmente). Mas vão ver um ídolo de verdade pisar pela última vez no gramado com a camisa que ele ajudou a tornar ainda mais respeitada.

Dessa vez saberemos que o adeus é pra sempre, e vamos ver de perto pela última vez para agradecer por tudo que ele fez.

Eu quero ver um jogo de despedida à altura do Flecha Azul e ouvir a torcida gritando o nome dele mais uma vez.

Eu vi Marcelo Ramos. Quem mais quer ver? Assine então a Petição #DespedidaDoFlechaAzul e vamos fazer esse pedido chegar a diretoria do Cruzeiro Esporte Clube.